Por Ubiratan Sanderson, deputado federal ( PSL-RS)
A operação da Polícia Federal que prendeu hackers ainda produzirá muita efervescência na política nacional.
Como as provas materiais costumam ser encontradas num momento posterior à deflagração das operações, a partir da análise de todo material apreendido, é natural que poucos elementos probatórios tenham sido obtidos até agora. Somente após a análise do conteúdo é que saberemos o tamanho e a extensão do estrago produzido pelos invasores.
Como os próprios conduzidos informaram haver pelo menos mil telefones de autoridades, criminosamente por eles invadidos, não tenho dúvida que muita gente deve estar preocupada com o teor de diálogos que não deveriam sair do campo privado e, talvez, já foram vazados pela quadrilha.
Essa fragilidade das instituições de Estado faz muito mal à república e, sobretudo à democracia.
No campo da especulação, lanço questionamentos: Por que as companhias telefônicas no Brasil não se preocupam com a segurança de dados de seus clientes? Seria porque investir em segurança custa caro e as empresas de telefonia estão interessadas só no dinheiro de seus clientes?
Quem fiscaliza as operadoras ?
Elas poderiam estar a serviço de interesses externos ?
Como um presidente da República, chefes dos poderes e ministros ficam expostos à espionagem?
Seria porque há décadas o serviço de inteligência do Brasil foi premeditadamente sucateado e esfarrapadas desculpas de falta de orçamento são utilizadas para manter as instituições moribundas?
Por que os hackers presos na Operação Spoofing estavam soltos, mesmo respondendo a diversos processos criminais, inclusive por prática de crimes graves como tráfico de drogas, estelionatos, falsificações e porte ilegal de arma?
Seria porque nossas leis foram feitas justamente para proteger bandidos, corruptos ou criminosos lesa-pátrias e traidores?
Em tempos de cibernética voraz, ter em mente que a segurança de Estado não pode ficar à mercê de criminosos covardes e sem escrúpulos é essencial para construção de uma república verdadeiramente democrática.