Por José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
A aprovação da Reforma da Previdência na Câmara foi um passo de grande importância para o país, e o texto da proposta deverá seguir para a apreciação do Senado Federal sem alterações expressivas. Os ajustes necessários no sistema previdenciário vão contribuir para o equilíbrio fiscal do governo e, consequentemente, para um melhor ambiente econômico que favoreça e estimule os investimentos, a geração de empregos e de renda.
É um passo fundamental, mas não pode ser um fato isolado, dissociado de medidas igualmente urgentes que liberem as forças produtivas e eliminem gargalos históricos que ajudam a explicar por que um país com o potencial do Brasil simplesmente patina em termos de crescimento e desenvolvimento econômico.
Uma das amarras mais intrincadas e inibidoras da atuação das empresas brasileiras é o sistema tributário. Complexo, ineficiente, injusto e aberto a todo tipo de sonegação, fraude e corrupção, esse sistema precisa estar no topo das prioridades a serem tratadas pelo governo e pelo Congresso Nacional.
O cenário é muito favorável para que a questão tributária seja tratada com a seriedade e o senso de urgência necessários para que se obtenham resultados efetivos nessa área, que, repito, é fundamental para ampliar a eficiência e a competitividade das empresas brasileiras.
Temos um governo federal comprometido com a defesa de um ambiente econômico que estimule a atividade empresarial. Contamos com um Congresso Nacional renovado, querendo exercer o protagonismo que lhe cabe na apreciação e nas decisões que farão diferença não apenas agora ou para um setor específico, mas também para as futuras gerações e toda a sociedade.
Já perdemos tempo demais com falsos dilemas e impasses cíclicos. Precisamos avançar com base nos consensos que já temos, e um dos mais consolidados é justamente a necessidade de contarmos com um sistema tributário racional, justo, que reduza drasticamente a carga de impostos para o nível de nossos concorrentes externos, além de simplificar a burocracia fiscal.