Por Gabriela Ferreira, líder de Impacto Social do Tecnopuc e diretora técnica da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec)
Cada vez mais as empresas buscam entender o comportamento da Geração Y, ou millenials (pessoas nascidas entre os anos 1980 até meados dos 1990), e, mais recentemente, da Geração Z (os nascidos a partir de 2001). Seja pelas diferenças de comportamento ou pela relação com a tecnologia, o desafio para atender esses clientes é grande. Ocorre que, se olharmos a evolução da população, veremos que a pirâmide etária está mudando. Graças à inovação em diversas áreas, entre elas a farmacêutica, passando por novos conhecimentos de alimentação e saúde, o mundo está envelhecendo.
De acordo com a ONU, existem 960 milhões de pessoas com mais de 60 anos no planeta, marca que deve superar os 2 bilhões até 2050. Por isso, há quem já esteja olhando para esse segmento de mercado como uma fonte de oportunidades a serem aproveitadas. A Aging 2.0, por exemplo, é uma organização criada em 2012, no Vale do Silício, para promover inovações focadas no mercado da longevidade. Ela está presente em mais de 80 cidades, de 20 países, conectando pessoas em torno do desenvolvimento de inovações para o público da terceira idade. Mais do que olhar para as doenças do envelhecimento, a ideia é pensar no bem-estar. Mais do que design para idosos, o foco é design para todos.
No Brasil, a população idosa passará de 68 milhões em 2050, enquanto crianças e adolescentes serão 19 milhões. Somos um dos países com envelhecimento populacional mais acelerado e ocuparemos a sexta posição no ranking de países com maior população 60+. E isso tem futuro: dados do IBGE indicam que os consumidores seniores já representam 20% do consumo no Brasil, equivalente a R$ 1,6 trilhão. A Pipe Social e a Hype 60+ apresentaram, recentemente, os resultados da pesquisa intitulada Tsunami Prateado. Além de soluções de saúde e demandas de mobilidade (que todos podem precisar, em qualquer idade), passando por produtos adequados (não, os prateados não querem roupas em tons pastéis), o mapeamento mostra que existem oportunidades nas áreas de gestão financeira, ensino e cuidados específicos. E aí, sua empresa está preparada para esse tsunami?