Por Michel Gralha, advogado
Os efeitos que governos assistencialistas causam à sociedade e diretamente às pessoas são incalculáveis. Na história recente, convivemos com líderes que evocaram para si poderes ilimitados e, em contrapartida, distribuíram benesses como as populares bolsas tudo ou sistemas de cotas ilimitadas. Somado a isto, na nefasta receita de quanto pior melhor, enfraqueceram as instituições relacionadas à segurança, ao Judiciário, à educação, dentre tantas outras. Trata-se do processo de degradação moral que enfraquece o indivíduo e fortalece pequenos grupos, tidos como minorias ou excluídos.
Na prática, temos uma grande confusão de valores e a formação de hordas capazes de descumprir as leis e as regras sociais, legitimando-se direitos, única e exclusivamente, para suprir seus desejos momentâneos. Neste caminho, cria-se uma atmosfera capaz de estimular pessoas a se sentirem supercidadãos acima de tudo e de todos e dispostos a invadir ou destruir propriedades públicas e privadas, tomar universidades, praças, usando da violência para impedir qualquer um que tente restabelecer a ordem. Realidade imposta àqueles países que se tornaram vítimas de seus líderes e, hoje, sofrem duramente com a violência nas ruas. São nações pelo mundo em que os governantes investiram na manutenção do povo “satisfeito” com políticas públicas agressivas e acabaram criando uma massa de dependentes que, perdendo qualquer direito ou sofrendo consequências de um mercado competitivo, descumprirão todas as normas com o único objetivo de manter o seu “bem-estar” e o modelo de dependência. E o que é pior, certos de que fazem tudo de forma correta e legítima.
Ora, que grande desafio viveremos no curto prazo! Obrigatoriamente, muitos países terão de rever suas políticas públicas de forma drástica. Não há mais como adiar! Chegamos na grande encruzilhada dos tempos modernos: como recuperar o Estado sem ferir profundamente aqueles que necessitam dele e sem matar aqueles que o sustentam? Sejamos resilientes, mais uma conta para nossa geração pagar!