A previsão de que o país pode registrar a maior safra de verão da história, nos cálculos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), acena com uma perspectiva favorável para a atividade econômica, num ano marcado por troca de comando no país e nos Estados. No Rio Grande do Sul, o levantamento indica que a próxima safra será a segunda maior da história, o que também injeta otimismo no setor produtivo gaúcho. Em ambos os casos, é importante que o período de sucessão não implique qualquer descontinuidade no apoio ao agronegócio, que precisa de cenários claros para contribuir com a retomada do desenvolvimento.
No país, a última supersafra levou o setor agropecuário a uma expansão de 12,5% em 2017, respondendo por 70% do aumento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) registrado naquele ano. Se confirmada a repetição de uma safra recorde em âmbito nacional, o efeito sobre a atividade econômica em geral também será positivo.
Pelas estimativas da Conab, a safra nacional deve passar de 237,67 milhões de toneladas em 2016/2017 para 238,41 milhões em 2018/2019. Nos cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a previsão de área plantada ainda aparece como a segunda maior da história, atrás da anterior. Mesmo assim, a perspectiva continua sendo promissora, com possibilidade de se tornar ainda mais favorável.
Diante da nova projeção, impulsionada por melhores condições de clima e pela dinâmica de preços, as chances são de o país ampliar as exportações. E, nesse aspecto, o Brasil tende a ser favorecido, particularmente no caso da soja, pela disputa comercial travada no momento entre Estados Unidos e China. A futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, precisa ficar atenta a essas possibilidades, para que possam ser aproveitadas em todo o seu potencial.
Perspectivas promissoras para o agronegócio, como as confirmadas agora com as previsões de colheita recorde, contribuem para reforçar o otimismo necessário para a retomada do crescimento. No Estado, particularmente, bons desempenhos no campo costumam ter um impacto significativo sobre toda a economia, que começa com o setor metalmecânico, se estende à indústria de transformação e à atividade comercial, favorecendo o setor público com mais tributos e os gaúchos com mais oportunidades de trabalho.