Hoje é o dia perfeito pra se refugiar no alto de uma montanha. Onde wi-fi e 3G não pegam de jeito nenhum. Bem longe de chegar, pra que a bateria do celular acabe no caminho. Por garantia, peça pra um familiar amarrar suas mãos atrás das costas. Vá que, até alcançar com segurança o cume da montanha, você encontre uma vitrine sedutora. É Black Friday! Socorro!! Todo o comércio tá de olho gordo pra cima do nosso suado dinheirinho. Fuja ou não vai sobrar moeda.
Black Friday é tentação. É invenção do capeta. Ela abre o apetite pra compras. A gente nem tava com fome de produtinhos novos, daí aqueles balões pretos resolvem sacudir na nossa frente. Eita! Bota no cartão e reza quando chegar a fatura. A maioria das ofertas são fria. Mas tem algumas quentíssimas. Daquelas que a gente pensa: "o pessoal negociou bem esse desconto." O problema é que agora Black Friday dura a semana inteira. Parece um mês. Foco e força.
Mosquito
Tá acompanhando as ofertas por curiosidade? É pior que picada de mosquito. Começou a coçar, não para mais. Sem dinheiro sobrando pra gastar. Sem espaço pra guardar. Sem noção, provavelmente. Se o controle tá difícil de achar (e não estamos falando do controle remoto da TV), peça a proteção de alguém que não se abala com promoções. Ou se olhe no espelho e repita em voz alta: "Eu não tenho maturidade pra enfrentar a Black Friday". Atire a primeira chapinha em oferta quem nunca comprou o que não deveria.
Respira fundo. Tenta meditar. Hipnose ajuda. Ou se tranca num quarto escuro até tudo isso acabar. Mas tem cada xampu com descontos volumosos! É aí que mora o perigo. Nas compras do dia a dia, que precisamos repor. O lado racional do cérebro manda comprar. No outro extremo, o que seduz é o produto-desejo. E só um mega desconto nos aproxima dele. Olho vivo e boa sorte!
Nota: até o fechamento desta edição, a colunista não resistiu e foi flagrada com várias comprinhas da Black Friday.