Por Ricardo Breier, advogado e presidente da OAB/RS
Uma das grandes armadilhas das eleições de outubro são as fake news. Boatos, mentiras e armações que são propagados como se fossem verdades. Montagens estruturadas com textos, fotos, números, logotipos e outros itens usados para confundir as pessoas. Através de redes sociais, esses materiais, sem qualquer veracidade, são repassados dezenas, centenas e, em alguns casos, milhares de vezes. É um estrago sem tamanho.
O eleitor brasileiro, na ânsia de ver seu candidato sendo bem falado ou na tentativa de desqualificar o adversário, não checa nem apura o que recebe. Simplesmente repassa o material. Vira uma terra sem lei, onde difamar, caluniar ou mentir é regra sem constrangimento.
O repasse de fake news significa que o eleitor vai construindo a própria armadilha da qual será a vítima. Quem perde com tanta falta de credibilidade é a sociedade. A instabilidade afeta a todos indiscriminadamente. Ali na frente, você poderá ser vítima de uma fake news. No seu trabalho, com a sua família ou numa questão pessoal.
E as pessoas vão repassar, pois você também repassou sem pesquisar, sem apurar, sem fazer duas perguntas básicas: isso é verdade mesmo? E se fosse o meu nome e a minha foto, eu iria repassar sem apurar a veracidade?
Em 2018, a OAB/RS está envolvida numa grande campanha denominada Vote Consciente.
Uma das principais bandeiras da campanha é a do combate às fake news. Procuramos mobilizar os cerca de 100 mil advogados gaúchos para não se tornarem participantes dessa prática nada salutar de difundir mentiras e montagens falsas.
Mais do que isso, recomendamos que apurem, junto a veículos de comunicação de credibilidade e a jornalistas sérios, a veracidade de materiais que gerem dúvidas. Temos profissionais de comunicação zelosos e éticos com a informação. Eles, sim, são fontes a serem consultadas, e cada cidadão pode escolher aqueles jornalistas com quem mais se identifica.
Não às fake news. Não às mentiras. Não construa a sua própria armadilha.