Por Pedro Guimarães, sócio da McKinsey
A reavaliação do estudo Visão Brasil 2030, realizado pela McKinsey, mostra que o país estagnou ou regrediu nos seus principais indicadores sociais e econômicos. Realizado em 2014, o estudo aborda os principais desafios que o Brasil deve enfrentar para atingir todo o seu potencial de desenvolvimento. Este ano, reavaliamos junto ao Centro de Liderança Pública (CLP) o progresso em três áreas: saúde, educação e desenvolvimento econômico. O resultado não é animador, mas existem soluções.
Em relação à principal aspiração do estudo – o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) –, o Brasil manteve exatamente o mesmo patamar entre 2014 e 2015 (últimos dados disponíveis) e está longe de se equiparar aos países desenvolvidos. Para alcançar as metas propostas, é necessário dar um salto de desempenho.
Em educação, menos da metade das crianças com até oito anos de idade está alfabetizada e 93% dos alunos do ensino médio não têm conhecimentos suficientes em matemática. Quando se olha a situação da saúde pública, evidencia-se outro fato: nossa disparidade econômica. Somos o 7º país mais desigual do mundo. O Amapá possui a metade do número de leitos por habitante quando comparado ao Rio Grande do Sul. Reduzimos em 8% a taxa de mortalidade infantil nos últimos anos. Mas, entre os países latino-americanos, ficamos à frente apenas da Venezuela.
Para o desenvolvimento econômico, produzir é uma questão-chave. Estamos estagnados desde os anos 2000 e, se mantivermos a taxa de crescimento média das últimas duas décadas, o país levará até 2081 para dobrar seu PIB per capita.
Como tornar o Brasil um país mais próspero quando metas parecem tão distantes de serem atingidas? O estudo da McKinsey Visão Brasil 2030 indica saídas. Aumentar os investimentos, conter gastos públicos e ampliar nossa participação no comércio internacional são algumas delas.
Também existem ações mais pontuais, como a criação de programas para a gestão eficiente das escolas e o atendimento em telessaúde, melhorando a educação e levando assistência em saúde para mais pessoas. Prosperar é possível. É uma questão de prioridades.