Por Fabio Plein, Gerente Geral da Uber na Região Sul
Compartilhamento de carros e de viagens, sistemas de locação de bicicletas, patinetes elétricos, mobilidade ativa, transporte público, aplicativos de táxis e de transporte privado. O número de maneiras pelas quais podemos nos locomover nas cidades está mudando em um ritmo incrivelmente rápido. Isso é ótimo, já que estamos nos afastando de uma mobilidade construída em torno do automóvel individual e andando em direção a uma mobilidade baseada nas necessidades das pessoas.
Atualmente, a urgência de encontrar alternativas ao carro próprio é óbvia: o setor de transporte já é a segunda maior fonte de emissões de gases de efeito estufa no Brasil e a principal causa da poluição atmosférica nas cidades. Nos maiores centros urbanos do país, segundo o Ipea, o automóvel responde por cerca de 35% das viagens motorizadas – mas é responsável por quase 60% das emissões de dióxido de carbono.
Desvincular a mobilidade das pessoas da propriedade de um carro será crucial para oferecer uma alternativa a essa quadro. Ao lado de especialistas no assunto, acredito que o futuro da mobilidade urbana será compartilhado em vários modos – centrado no transporte público e complementado por bicicletas compartilhadas, serviços sob demanda como Uber e táxis, assim como outras soluções que ainda estão por surgir no ambiente de inovação digital.
Ter uma maior variedade de opções ao toque de um botão no celular já representa uma alternativa atraente à predominância do carro particular. Hoje, em todo o mundo, já estamos percebendo que usuários de aplicativos estão aproveitando dessa tecnologia para acessar o transporte público.
Estudos feitos em Londres ou Los Angeles, por exemplo, apontam que a Uber tem desempenhado um papel fundamental no "last mile", conceito que define o último trecho da viagem dos usuários, do ponto de transporte público até sua residência. Em Porto Alegre, quase um terço das viagens de Uber são só de ida, ou seja, o usuário utiliza o aplicativo apenas para ir ou voltar de um local, combinando um Uber com outros modais.
O conforto dos carros perde valor quando estão disponíveis maneiras mais convenientes de se locomover. Depois que a Uber lançou um serviço de compartilhamento de bicicletas elétricas em São Francisco, percebemos que, nos horários de maior concentração de trânsito, alguns usuários já preferem substituir uma viagem de carro por um percurso de bike.
Se você pensar bem, faz todo o sentido: grande parte dos deslocamentos individuais motorizados nas metrópoles brasileiras têm menos de 5 quilômetros, distância que pode ser percorrida de bicicleta de forma mais fácil, e muitas vezes mais rápida, quando as circunstâncias permitem.
O próprio Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Porto Alegre reconhece que "a bicicleta é o meio mais eficiente de deslocamento em curta e média distância", podendo ser adotada como meio de transporte único "ou como alternativa de integração aos modais motorizados para aqueles que necessitam percorrer distâncias maiores".
Neste ano, a Semana Nacional do Trânsito lembra em seu tema que "nós somos o trânsito", por isso fico entusiasmado de fazer parte de uma geração que usa a tecnologia para encontrar soluções de mobilidade.
Trabalho para acelerar a chegada de um futuro em que qualquer pessoa poderá escolher a melhor forma para ir do ponto A ao ponto B: abrir o celular e conferir que a maneira mais barata é a opção 1, a mais rápida é a 2, a mais confortável é a opção 3. Seja uma bicicleta, um carro, um ônibus ou, quem sabe, um veículo aéreo?
Nos Estados Unidos, a Uber já começou o processo de integrar novas opções de mobilidade, como as bicicletas e patinetes elétricos e a compra de passagens de transporte público.
No Brasil, lançamos um teste que ajuda os usuários a perceber os gastos associados a manter um carro próprio – e a calcular quando o veículo pesa demais no bolso e quando ele é um parceiro de viagem.
Um futuro melhor está ao nosso alcance. Um futuro onde será mais conveniente usar diferentes opções de mobilidade do que ser dono de um carro próprio.
o futuro da mobilidade urbana será compartilhado em vários modos