Um dia depois da inauguração do novo BikePOA, GaúchaZH foi até as 11 estações que estão em operação para testar o sistema de compartilhamento de bicicletas. Além das bikes novas, mais leves e com design moderno, a principal novidade é a opção de liberação dos veículos por meio de um velho conhecido do usuário de transporte público de Porto Alegre: o cartão TRI.
A alternativa se mostrou mais eficiente do que a liberação via app. As novas estações laranjas com abastecimento por painéis solares chamam atenção de pedestres, arrancando promessas de potenciais novos usuários. E quem já usava antes faz coro na aprovação das mudanças.
— É bem melhor do que a outra, que, às vezes, não funcionava. Tinha um monte de bikes e você não conseguia destravar. Isso quando não apontava que tinha bike, mas não tinha – disse o estudante Rafael Lacerda Busatta, 21 anos.
Outra questão que chamou a atenção do usuário foi o preço, que dobrou — o plano mensal passou de R$ 10 para R$ 20.
— Em princípio, achei caro, mas se funcionar a todo vapor, acho justo — avalia.
O estudante Gabriel Delgado, 19 anos, também não teve dificuldade em se adaptar às alterações e contratou logo um plano anual. Só ficou com uma dúvida:
— Terão mais estações, né?
Sim — especificamente, mais 30. Na inauguração do novo sistema, foram disponibilizadas 110 bicicletas em 11 estações, distribuídas especialmente por Centro Histórico, Cidade Baixa e Zona Sul. Os outros pontos devem ser instalados até o fim de abril, somando 410 bicicletas laranjas. A iniciativa é patrocinada pelo Itaú Unibanco e tem apoio da EPTC e da prefeitura de Porto Alegre, com operação da Tembici.
Baixar o app
Não houve problema nenhum para localizar e baixar o novo aplicativo, tanto pela Play Store quanto pela App Store. Quem já tinha o app do BikePOA também precisa baixar o novo, chamado BikeItaú, e fazer um novo cadastro. O app funciona bem.
Contratação do plano
É simples e não demanda muito tempo. Ao se cadastrar, o usuário pode escolher no app ou no site entre plano anual (R$ 160), mensal (R$ 20), diário (R$ 8) e para três dias (R$ 15). É necessário cadastrar informações pessoais e endereço, além de escolher se deseja desbloquear a bicicleta pelo aplicativo, com o TRI ou se prefere pedir um cartão do sistema. A compra do plano se dá por cartão de crédito. Inclusive se você escolheu usar o cartão TRI, que é só um modo de desbloqueio das bicicletas.
O BikePOA informa que só é possível adquirir um plano em dinheiro neste endereço: Rua Doutor João Inácio, 1077, Navegantes, de segunda a sexta-feira das 8h às 17h.
Os planos dão direito a viagens ilimitadas de até 60 minutos, com intervalos de 15 minutos entre elas.
Desbloqueio da bike com o TRI
Funcionou bem em todas as 11 estações. Basta inseri-lo e retirá-lo junto ao dock (suporte de estacionamento de bicicleta) da bike escolhida e esperar surgir uma luz verde. Foi mais rápido e eficiente do que a liberação pelo app — e ainda tem a vantagem de não ficar exibindo o celular no meio da rua, à mercê de assaltos.
Está disponível apenas para planos mensais e anuais. Mas não é possível aproveitar o valor que você carregou no TRI para o transporte coletivo. Para usar o BikePOA, é necessário comprar um plano com o cartão de crédito, assim que você faz o cadastro no app ou no site. Feita a transação no crédito, automaticamente o cartão usado nas catracas de ônibus vira também "chave" para liberar as bikes.
Desbloqueio da bike com o app
No smartphone, é preciso clicar na estação onde você está e pedir para "desbloquear bicicleta". Surge um código na tela do celular, que deve ser inserido em três botões localizados junto ao suporte da bicicleta. Funcionou bem na maior parte dos casos, mas apresentou problemas nas estações onde o wi-fi falhava. Em frente às bikes, pipocava uma mensagem dizendo"para desbloquear uma bicicleta, é preciso estar próximo à estação". Mas com dados móveis, era possível gerar o código com facilidade. Apenas na Estação Serpro, da Augusto de Carvalho, os códigos disponibilizados no app custaram a liberar uma bicicleta — foram necessárias quatro tentativas. A Tembici afirma que não tem reclamações a respeito disso no Brasil, e que pode ter ocorrido alguma variação na conexão da internet na estação.
Resumindo: funciona bem, desde que você tenha internet paga no celular.
Wi-fi
Não funcionou em cinco estações (República, UFRGS Administração, Fernando Machado e Rua Alberto Torres). Nessas, foi necessário usar dados móveis do celular para liberar a bicicleta por meio do app. A Tembici afirma que, no lançamento, todos os roteadores estavam funcionando bem. Uma equipe operacional deve verificar.
Quantidade
Entre o meio-dia e as 16h desta quarta-feira (28), GaúchaZH encontrou apenas uma estação com número baixo de bicicletas: em frente ao Museu Julio de Castilhos, havia somente uma unidade disponível. Com exceção dessa, tem boa quantidade — na estação Iberê Camargo, havia 24.
Totem interativo
Na estação Iberê Camargo, há um totem para adquirir plano no local com cartão de crédito, mas não funcionou quando estivemos lá. A reportagem tentou a contratação de um plano diário, com três cartões diferentes, e não conseguiu. A informação da máquina foi de que os cartões não haviam sido aceitos. A direção de operações da Tembici afirma que o totem está em funcionamento e já registrou cinco vendas entre terça e quarta-feira. Será enviada equipe para verificar o possível problema.