A primeira perda de posição do Rio Grande do Sul no Índice de Desenvolvimento Estadual-RS (iRS) serve como alerta para quem assumir o comando do Estado a partir de janeiro, pois é preciso recuperar o espaço perdido. Os dados que estão sendo divulgados hoje – todos de 2016, os mais recentes disponíveis no país – mostram que o Estado perdeu posição para o Paraná. O Rio Grande do Sul caiu da quarta para a quinta posição entre as 27 unidades da federação, devido a um desempenho inferior ao esperado em duas áreas específicas. E, além de recuado em duas das três dimensões pesquisadas, o Estado vem demonstrado dificuldade para reagir a essa perda relativa de espaço em termos de qualidade de vida.
É particularmente inquietante o fato de que uma das áreas nas quais o Estado mais retrocedeu foi a educação. Qualidade no ensino inclui-se na base de qualquer projeto de crescimento social e econômico. A explicação para a queda está principalmente no aumento na taxa de distorção idade-série no Ensino Médio. O fenômeno é atribuído em parte à crise econômica, que atingiu também a sala de aula. Muitos alunos tiveram que priorizar o trabalho e retomaram os estudos posteriormente com idade superior à dos demais integrantes da turma.
É preocupante que os efeitos da crise econômica sobre o setor público tenham impactado também outro aspecto no qual o Estado registrou piora: longevidade e segurança. Isso ocorreu, mais uma vez, devido ao aumento na taxa de homicídios. Nem o fato de o Rio Grande do Sul ter mantido a quinta posição em padrão de vida, mesmo com recuo, conseguiu evitar a perda para o Paraná no ranking geral, liderado por Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina.
Um dos objetivos do iRS, calculado a partir de uma parceria entre Zero Hora e a Escola de Negócios da PUCRS, com apoio institucional da Celulose Riograndense, é justamente estimular as discussões sobre os caminhos pelos quais o Estado pode avançar. É importante que esses aspectos sirvam de alerta para questões que precisam ser enfrentadas prioritariamente. O Rio Grande do Sul tem o desafio de preservar e recuperar indicadores de um padrão de qualidade de vida que ainda se mantém como um de seus diferenciais em relação à maioria dos Estados.