Por Aldacir Oliboni, líder do PT na Câmara de Porto Alegre
Ao apresentar à Câmara Municipal o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias com um déficit de R$ 1,1 bilhão, o prefeito de Porto Alegre tenta forçar a barra para aprovar outros projetos ideológicos que vão contra os interesses de uma cidade. Entre eles estão o aumento do IPTU para a maioria da população enquanto isenta do imposto vazios urbanos destinados à especulação imobiliária, o massacre do funcionalismo, a cedência de serviços públicos para empresas e a privatização do patrimônio da cidade. Aliás, estes são pontos em comum do prefeito com o governador e o presidente da República. Um alinhamento de projetos que age em favor dos mais abastados financeiramente em detrimento dos direitos do povo.
Sobre o suposto déficit alegado pelo gestor, é preciso esclarecer alguns pontos. Se ele realmente existe, é fruto da incompetência de gestão e decisões erradas tomadas pelo prefeito. Basta lembrar, por exemplo, que o mesmo votou no Congresso Nacional favoravelmente ao congelamento de recursos federais para saúde e educação por 20 anos. Além disso, no último ano a prefeitura abriu mão de milhões de reais em emendas federais pelo fato da atual gestão não apresentar projetos consistentes para a cidade. Algo lamentável mesmo em tempos de bonança financeira.
Há que se considerar ainda os gastos desnecessários do prefeito. Alugou andares em prédio de alto padrão para abrigar cargos de confiança de uma secretaria ao custo de R$ 3 milhões, numa única campanha publicitária torrou R$ 5,5 milhões que deveriam ir para a saúde, contratou por outros R$ 2,3 milhões uma consultoria privada a fim de vender a Carris, multas de empresas privadas de ônibus não estão sendo cobradas. Somente no gabinete do prefeito, o número de CCs aumentou 84% desde o início do governo.
Seriam essas as atitudes corretas de um gestor que alega não ter dinheiro para tapar buracos na cidade, ação que deveria ser corriqueira para uma prefeitura? Claro que não. A verdade é que Marchezan aposta no discurso de crise para justificar a incompetência da sua própria gestão em cuidar da cidade. Portanto, não conte conosco para aprovar projetos contrários aos interesses da população, senhor prefeito.