Por Luis Lamb, pró-reitor de Pesquisa da UFRGS e coordenador da Aliança Para a Inovação PUCRS-UFRGS-Unisinos
No início de agosto, foi anunciada a previsão de cortes significativos no orçamento do Ministério da Educação e na Capes, agência de fomento à pós-graduação e consolidação da formação de professores da educação básica.
Os cortes anunciados impediriam tanto a continuidade e viabilidade de programas de formação de professores da educação básica (cerca de 105 mil bolsas de estudo), como afetariam a continuidade de virtualmente toda pós-graduação nacional (93 mil bolsas de mestrado, doutorado).
O corte previsto no orçamento da Capes é o maior corte dos últimos 20 anos. Se implementados tais cortes, haverá impacto direto no futuro do país. O sistema de bolsas da Capes é crítico para o sucesso da área de pesquisa no Brasil. Nesta área temos os melhores resultados da educação superior brasileira. Em diversos programas de pós-graduação do país temos padrão de excelência internacional.
Vivemos na economia do conhecimento. O maior patrimônio das nações desenvolvidas é o seu capital humano, altamente qualificado. Se no passado a riqueza era baseada em "commodities", no século 21 ela é baseada na formação qualificada dos cidadãos. É na educação de alto nível que investem os vencedores neste mercado globalizado. Os países mais inovadores e com maior justiça social, são justamente aqueles que mais investem em educação, ciência e tecnologia.
As restrições orçamentárias anunciadas comprometem o nosso presente e o futuro. Não podemos mais prescindir de investimentos em áreas estratégicas. A educação qualificada é o pilar do desenvolvimento econômico, da riqueza e do equilíbrio social das nações. O fomento à formação de mestres e doutores é o alicerce da ciência, da inovação e da transformação de conhecimento em desenvolvimento.
Esperamos que as nossas lideranças políticas tenham a sensibilidade necessária para perceber que investir em educação é investir no presente e no futuro do país. A sociedade espera que os investimentos em educação sejam ampliados e não reduzidos.
