Por Daniel R. Randon, vice-presidente de Administração e Finanças da Randon S.A. Implementos e Participações e presidente do Conselho Diretor do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP)
A dificuldade em absorver as mudanças está no fato de que, embora a tecnologia evolua de forma exponencial, nosso pensamento intuitivo ainda é linear. Olhamos para o passado e projetamos o futuro baseados na linearidade do nosso modelo mental. Mesmo o famoso jargão “pensar fora da caixa” nos mantém presos, pois usa como referência a própria caixa.
Bastaria nos livrarmos do pensamento objetivo em linha reta e passarmos a pensar exponencialmente para perceber que os próximos dez anos não terão as características e a evolução de simples dez anos atuais de progresso porque serão potencializados.
O que explica esta surpreendente mudança notadamente do último século? É a velocidade da informação e do conhecimento pela facilidade da comunicação e da força e da abrangência da conectividade que alcança a todos indistintamente sem fronteiras.
Com isso, foram eliminados nichos e caixas-pretas do conhecimento nas empresas, que passaram a ter ampliado o espaço de desenvolvimento de produtos e serviços. Abriu-se um admirável mundo novo da cooperação a todos que quiserem participar do processo de criação e de inovação. E as empresas que não abrirem as portas para isto estarão desperdiçando uma enorme oportunidade de garantirem sua sobrevivência no mundo digital. Novas tecnologias acabam tornando as inovações escalonáveis e com massificação. Segundo David Rogers, a transformação digital não tem a ver somente com tecnologia, mas com estratégias e novas maneiras de pensar.
É nesta busca constante de transformar as pessoas melhorando a competitividade das Organizações gaúchas e, por consequência, do Estado, que lideranças, especialistas e universidades estarão discutindo o tema conhecimentoparatransformar.com no 19º Congresso Internacional da Gestão, promovido pelo PGQP, no dia 13 de agosto.
Devemos mobilizar a sociedade neste tema, já que o Estado não tem conseguido investir o suficiente para o aumento da competitividade, mesmo em questões básicas de infraestrutura. Os impostos pesam cada vez mais no bolso dos cidadãos e empreendedores, na contramão do ambiente adequado para o avanço da livre iniciativa. Existe chamado maior do que este para a necessidade do conhecimento, da inovação e da transformação?