Por Daniel R. Randon, vice-presidente de Administração e Finanças da Randon S.A. Implementos e Participações e presidente do Conselho Diretor do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP)
É sabido que as pessoas são favoráveis a mudanças, mas quem realmente quer mudar? O mesmo ocorre nas organizações, que precisam inovar e se reinventar para sobreviver e que pensam em soluções prontas e mágicas vindas das ferramentas disponíveis. Mas uma empresa é constituída de pessoas que resistem em sair do box sob seu domínio. É da natureza humana.
Em plena era digital, com a Indústria 4.0 simbolizando a integração com a indústria das antigas engrenagens, estamos mais próximos dos sistemas inteligentes. A onda da revolução tecnológica migra rapidamente, fazendo desaparecerem profissões e velhos métodos de administração, o que exige coragem e olhar à frente.
Muitas rupturas nos modelos de negócios começam via startups, empresas jovens que buscam a inovação constante para desenvolver um modelo de negócio escalável e que seja repetível. Experientes gestores e destemidos jovens formam uma mistura altamente produtiva. A figura do gestor de desenvolvimento de pessoas precisa organizar os talentos para seu máximo aproveitamento potencializando os resultados.
O verdadeiro líder transformador consegue influenciar os outros, sendo o maximizador de potencial, mobilizando desta forma as competências da equipe em prol dos resultados organizacionais. Gosto da citação do filósofo e escritor brasileiro Mário Sérgio Cortella quando disse: “Só há uma coisa que atrapalha qualquer processo de liderança. É o líder ou liderado supor-se já sabedor, conhecedor e iluminado. Afinal de contas, há um antagonismo entre líder e arrogância”.
O mundo não muda de uma hora para outra. Também não podemos deixar de valorizar o que temos e que gera resultados, mas precisamos de lideranças atentas e capazes de entender o novo modo de operação das startups – conectando-as aos negócios e, principalmente, a novas oportunidades de melhoria de produtividade e dos serviços prestados aos clientes.
É urgente que se trabalhe mais colaborativamente, com menos feudos, potencializando o que há de melhor em cada indivíduo ou organização e reduzindo a intensidade dos egos e vaidades de nossas lideranças. Assim, estaremos abrindo espaço para a inovação, fruto da soma de diferentes partes.