Por Juliana Brizola, deputada estadual (PDT)
Pablo Neruda, nos anos 60, poetizou a presença de Brizola no cenário da América como sendo uma deslumbrante encarnação de esperanças, pois pregava um novo mundo: sem miséria, ignorância e injustiças sociais. Em seus escritos, profetizou que Leonel Brizola encarnava a construção de um futuro. Não estava errado. Uma nova vida se abriu para milhares; um novo horizonte.
Ao olhar para trás, me deparo com os ensinamentos de um homem à frente de seu tempo
Aos que não tinham onde morar, Brizola foi lotes e casas. Aos que não sabiam ler e escrever, foi escolas. Aos que não tinham onde plantar, foi Reforma Agrária. Aos que não tinham energia, foi hidrelétrica e termoelétrica. Aos que não tinham caminhos, foi estradas e pontes. Aos que não tinham como se locomover, foi trem. Aos que não tinham lazer, foi praças e parques. Para os distantes da cultura, foi a avenida do samba. Para quem viu sua cidade dividida, foi avenidas unificadoras. Para quem não tinha profissão, foi universidade. Aos que não tinham investimentos, foi bancos para construir o capital nacional.
Ainda jovem, montado em um cavalo de pau, se dizia político. Foi e se fez Leonel! Dos livros de dona Oniva, sua mãe, foi engenheiro! E, destes caminhos, fez a luta dos que estavam longe dos bancos escolares. Brizola foi educação!
Carazinho ficou distante e a Capital dos gaúchos foi sua primeira parada. Homem decidido, conheceu o amor: foi Neusa! Brizola foi família!
Exilado de sua terra, andou por distantes mares. Os pusilânimes não queriam um homem que olhava todos como um só. Depois de tempos, voltou à sua pátria e escolheu sua segunda parada: a cidade do Rio de Janeiro.
Lá, junto dos velhos companheiros de lutas e dos novos que se agregaram àquele fervor nacionalista, contribuiu, decisivamente, para o fortalecimento da democracia brasileira. Brizola foi Brasil!
Ao olhar para trás, me deparo com os ensinamentos de um homem à frente de seu tempo que, até hoje, nos mostra o caminho a seguir. Mesmo depois de sua passagem, segue pregando lições e guiando vidas. Honrar sua história, não apenas como neta, mas como militante social, é uma causa de vida. Sou Brizola!