Por Luciano Marcantônio, secretário municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana
A qualidade do atendimento dos serviços municipais é proporcional ao orçamento destinado para as secretarias. No caso da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, que é responsável por projetos, obras e serviços destas áreas, a redução de recursos impacta nos serviços de rotina e emergenciais, como a conservação de vias (pavimentação, tapa-buraco e sinalização). Vem também dos cofres públicos a contrapartida para obras viárias, de drenagem, de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, estratégicas para o futuro da cidade.
Por exemplo, a Operação Tapa-Buracos ficou paralisada no início de 2018 devido às dificuldades da prefeitura para comprar asfalto. Desde 20 de abril, os trabalhos foram intensificados e a operação já passou por 308 vias. No entanto, para poder assegurar o serviço até o final deste ano e projetar uma Porto Alegre menos esburacada em 2019, é preciso garantir recursos para as licitações já encaminhadas.
O futuro de Porto Alegre está em jogo. Para sanar a situação crítica do município precisamos transcender os interesses pessoais e visar o bem comum. Essa consciência já está despertando o apoio da sociedade civil organizada, entidades, empresas e cidadãos aos projetos enviados pela Prefeitura à Câmara. O pacote traz redução de gastos com pessoal, aumento de receita com justiça social e diminuição de alíquotas. Esperamos que a proposta seja acolhida pelos vereadores. O que prevalece, neste momento, é a necessidade de fazer Porto Alegre voltar a crescer, corrigindo um atraso histórico que causou dificuldades financeiras e sociais.
A sociedade precisa abraçar as reformas. O buraco no asfalto é o reflexo aparente de um buraco mais grave, que é o rombo nas contas públicas. Obviamente o que conseguimos fazer até agora é pouco diante da necessidade, mas se continuar como está não haverá recurso nem para serviços básicos, nem para salários em dia, tampouco para obras que a cidade tanto clama.