Em artigo assinado pelo deputado Tarcísio Zimmermann (PT), o parlamentar acusa a atual Diretoria da Corsan de ter perdido R$ 300 milhões. É pura distorção da realidade. Na verdade, no governo anterior foram contratados R$ 518 milhões do PAC em obras de saneamento em cidades da Bacia do Rio dos Sinos. Até aí tudo bem. Ocorre que o Governo Federal à época contratou obras com recursos do orçamento da União no valor de R$ 29 bilhões, mas reservou orçamentariamente apenas R$ 16 bilhões. Ou seja, comprometeu muito além das suas condições de desembolso. No caso da Corsan, do montante acima, estavam empenhados apenas R$ 52 milhões.
Não teríamos recursos garantidos. Isso sim seria desperdício de recurso público.
Como sabemos, o resultado dessa prática populista foi um enorme déficit fiscal. Sem poder cumprir com todos os contratos assinados, o Ministério das Cidades chamou a si a responsabilidade de dar a ordem de início às obras. Como forma de protelá-las e buscar uma programação de desembolsos realista, passou a estabelecer procedimentos mais rigorosos para aprovação dos projetos e a negociar prazos maiores. Por sua orientação, a CEF e a Corsan passaram a priorizar a análise dos projetos de obras financiadas com recursos do FGTS e FAT que não sofriam restrições orçamentárias.
Tanto que, dos R$ 2,6 bilhões que foram contratados pelo PAC, a Corsan já contratou obras no valor de R$ 1,8 bilhão.
Seria uma temeridade iniciar obras sem garantia de receber as parcelas dos financiamentos. Atualmente, a União nos deve R$ 100 milhões por valores antecipados de obras feitas e medidas, ainda não ressarcidos. A pior decisão que poderíamos tomar seria de contratar obras para as quais não teríamos recursos garantidos. Isso sim seria desperdício de recurso público.
Sabendo que não mais teríamos acesso a financiamentos com recursos do OGU, partimos para outras fontes a fim de garantir o atendimento aos compromissos contratuais com os 317 municípios para os quais prestamos serviços. Financiamentos com BID e CAF, novos recursos do FGTS e FINEM do BNDES no valor de R$ 1 bilhão. Na RMPA, buscamos a universalização dos serviços de esgoto por meio de uma PPP. Investimentos de mais R$ 1,8 bilhão, sem endividar a Corsan. Teremos recursos hídricos dessa região recuperados e ambientes saudáveis.
Estamos agindo responsavelmente, sem falsas promessas, no intuito de preservar o futuro da Companhia e da qualidade de vida dos gaúchos.