O incêndio de um prédio ocupado no centro de São Paulo colocou na pauta a questão das necessidades habitacionais da população de baixa renda. Trata-se de uma tragédia anunciada: o problema acompanha o Brasil desde fins do século 19, quando o país aboliu a escravatura sem dizer qualquer palavra sobre em que local a população descendente dos escravos iria morar. São contemporâneas à abolição da escravatura, portanto, as primeiras favelas brasileiras. Juntando restos de materiais na rua, ex-escravos passaram a construir moradias precárias, em áreas desprovidas de habitabilidade e sob as quais tinham mera posse.
DUAS VISÕES
As pessoas não ocupam áreas de risco por opção ou má-fé, diz professora
Para Betânia Alfonsin, professora da FMP, da PUC e diretora do Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico, é preciso retomar as políticas de regularização fundiária de áreas ocupadas para fins de moradia