O Dia Internacional da Mulher representa muito mais que uma homenagem à nossa luta ao longo do século pela conquista de espaços e direitos. O 8 de março é marcado por inúmeras vozes, incontáveis anseios que unem razão e emoção, alicerçando reflexões que dão impulso a novas conquistas.
Inegavelmente, ao longo dos anos, nós mulheres consolidamos posições de destaque em diversas áreas. Profissões que no século passado eram dominadas por homens, passaram a ser preenchidas por mulheres. Timidamente, passamos a ocupar posições de gestão, de tomada de decisões e de governabilidade.
A participação política das mulheres e a ocupação de cargos eletivos está, no entanto, muito aquém dos demais avanços alcançados. No ranking divulgado pela União Interparlamentar, na América do Sul o Brasil é o país com menor representação parlamentar feminina.
Devemos olhar para o passado valorizando todas as lutas e as conquistas mas, principalmente, olharmos para o futuro
Apesar de inovações no fortalecimento das regras eleitorais, com a observância do cumprimento das cotas para candidatos, campanhas de incentivo e aumento dos debates, a participação das mulheres na política não aumentou de forma significativa.
Para enfrentar este problema, muitos países, entre eles a Bolívia, a Argentina e o México, adotaram mecanismos formais e legislação mais radical para garantir a participação e a representatividade das mulheres, com a reserva de vagas no Parlamento, ou a lista fechada com alternância de gênero. Em pouco tempo, foram observadas mudanças significativas na participação política das mulheres nesses países.
Neste sentido há vários anos debatemos, e inúmeros projetos já passaram pelo cenário nacional, para mudar esta realidade. Dentre eles, tramita na Câmara de Deputados a PEC 134/2015, já aprovada no Senado, e que garante as mulheres ocupar um percentual mínimo nas três próximas legislaturas na Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais:10% das cadeiras na primeira legislatura, 12% na segunda e 16% na terceira.
Mais do que nunca, devemos olhar para o passado valorizando todas as lutas e as conquistas mas, principalmente, olharmos para o futuro nos questionando: onde queremos chegar?