Dia 2 de abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, e tomar conhecimento sobre o que é esta doença e no que implica para a família conviver com um indivíduo autista e inseri-lo na sociedade, é de vital importância para que possamos ter pessoas mais tolerantes e ambientes mais acolhedores para todos nós.
Infelizmente, a discriminação é um mal difícil de ser erradicado e temos que nos deparar rotineiramente com situações desagradáveis e desrespeitosas, além do banimento social velado.
Muitas famílias optam pela vida reclusa com seus filhos autistas, pois os comportamentos bizarros deles provocam expressões de descontentamento e de perplexidade pelos demais, típicos da ignorância. Isso desmotiva a família de um autista a inseri-lo de uma maneira mais efetiva nas atividades diárias sociais.
Quando nós mães nos reunimos, trocamos centenas de experiências, que de tão trágicas chegam a ser cômicas. Nossa arma acaba sendo a sátira, pois nossa rotina é extremamente desgastante e ainda depararmo-nos com pessoas egoístas, neuróticas e até perversas, é uma rasteira em nossa autoestima e um desperdício muito grande de energia.
Não somos mães agraciadas pelo Divino, nem tampouco amaldiçoadas pelo destino
Vivemos sob pressão contínua, mas mesmo assim tentamos não perder a ternura, mesmo que a calma nos abandone em muitas situações.
Não somos mães agraciadas pelo Divino, nem tampouco amaldiçoadas pelo destino, apenas mães que convivem com a inexorável realidade da vida. Portanto, não é muito pedir que os olhares se tornem mais apaziguadores e menos inquisidores, que os gestos se tornem mais fraternos e menos repulsivos e que, finalmente, as palavras se tornem mais encorajadoras e menos depreciativas.
Pedimos que este dia sirva para que de fato as pessoas reflitam sobre seus atos e que da próxima vez que se depararem com um indivíduo de comportamento atípico, não pré-julguem ou rotulem, simplesmente o aceite.