A truculência não faz parte do futebol. Quando ela ocorre em campo, é punida com a marcação de faltas e com cartões. Fora do gramado, são inaceitáveis as brigas de torcidas e as agressões contra mulheres, como as que vitimaram as repórteres Renata Medeiros, da Rádio Gaúcha, ofendida e empurrada no último Gre-Nal, e Bruna Dealtry, do Esporte Interativo, assediada no intervalo do jogo entre Vasco e Universidade do Chile.
Cenas como essas afastam as famílias e arruinam a magia e a paixão em torno da presença nos estádios.
No momento em que dois Gre-Nais se aproximam, a violência de uma minoria deve servir de alerta. Só a identificação imediata dos responsáveis e sua punição, severa e exemplarmente, desestimulará o risco de a maior festa do futebol gaúcho seguir produzindo manchetes negativas fora de campo.
Cabe aos clubes, às autoridades e aos cidadãos zelar para que Gre-Nal seja o que ele deve ser: uma disputa sadia que envolve talento, rivalidade e emoção, nunca violência. Um jogo com essa dimensão merece acabar em um encontro de amigos, seja em casa, numa praça, em um restaurante ou em um bar, jamais na delegacia ou no hospital.