Estamos todos conscientes da lógica econômica que se pauta na substituição dos humanos pelas tecnologias. Máquinas são mais rentáveis, produtivas e eficientes porque não pedem férias, não entram com ação trabalhista nem requerem licença médica.
Diante do cenário com índices de desemprego assustadores, que giram em torno de 50% até 2050, o que está sendo feito para garantir nosso futuro?
Parece ser a última oportunidade de provarmos que somos mais inteligentes do que as próprias máquinas
ROSA ALEGRIA
Futurista
Para estimular o planejamento de longo prazo e alertar o mundo sobre um iminente colapso social e econômico, o Projeto Millennium, a maior rede global de pesquisadores futuristas, iniciou em 2016 o estudo Trabalho x Tecnologia 2050.
Foram desenvolvidos três cenários e identificados novos potenciais para o futuro: a revolução biológica que poderá ser até mais grandiosa do que a revolução da informação; trabalho temporário em rede (organizações descentralizadas autônomas); a busca empreendedora por mercados globais em vez da busca por empregos em extinção; o movimento decrescente do capital necessário para as startups; fabricação personalizada com impressão 3D; aprender a viver de renda online (aquilo que as escolas não ensinam); mercados online para os mais velhos; negócios na economia criativa que estão em alta; tradução, treinamento e coaching em Big Data com novas utilizações de dados, e em geral, a expansão exponencial dos negócios na internet.
Está vencendo o prazo de validade para mudarmos de vida. Ou convivemos de forma inteligente com as tecnologias ou iremos sucumbir a elas. Chegou a hora de exigirmos dos centros de poder (governo, escolas, centros tecnológicos, mídia, empresas) uma conversação pública que integre diferentes saberes na direção do futuro e que identifiquem ações criativas que respondam a esse desafio do século.
Essa parece ser a última oportunidade de provarmos que somos mais inteligentes do que as próprias máquinas.
Os conteúdos do estudo podem ser acessados aqui.