Estamos em plena transformação do modelo de sociedade em que vivemos, não estamos mais falando do que acontecerá e sim do que está acontecendo. O futuro chegou, os desafios estão postos e muitos países, como o Brasil, não se prepararam minimamente para essa realidade. Agora correm atrás do prejuízo. O susto, a preocupação, as dúvidas com relação ao emprego e ao trabalho são fruto da falta de planejamento, de uma visão de futuro, de lideranças que não souberam ler as dinâmicas que estavam transformando a sociedade desde o final do século passado. Neste ano, quando milhões de jovens iniciarem seus cursos de graduação, em março no Brasil e em setembro nos países do hemisfério norte, teremos a primeira geração de estudantes universitários que nasceram neste milênio, e estudos mostram que mais de 60% desta geração trabalhará em áreas que não existem hoje. Atuarão sob os paradigmas da quarta revolução industrial, onde tecnologias criam um novo modo de viver e trabalhar, rompendo barreiras entre mundos físicos e virtuais.
Não estamos mais falando do que acontecerá e sim do que está acontecendo
JORGE AUDY
Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS
Esse processo potencializa um crescimento exponencial das tecnologias e suas aplicações, que envolve a interação entre as tecnologias, as novas abordagens de sistemas inteligentes e o uso intensivo de inteligência artificial e machine learning. É essa conjunção de fatores que está mudando a forma de trabalho que conhecemos. Tarefas, pessoais e profissionais, repetitivas e previsíveis serão substituídas por artefatos e processos gerados por tecnologias. Isso representa milhões de vagas de trabalho que seguirão desaparecendo em ritmos crescentes, mesmo que de forma assimétrica.
Por outro lado, oportunidades surgirão envolvendo a criação e o avanço dessas tecnologias. E aí está a grande oportunidade para pessoas talentosas e qualificadas. Para os profissionais da sociedade do conhecimento do século 21. Pessoas que desenvolvam continuamente suas capacidades de aprender a aprender e suas habilidades e atitudes empreendedoras. Se o que marca a sociedade moderna é o conhecimento, a capacidade de aprender se tornará um diferencial competitivo relevante, tanto para as pessoas, como paras as organizações.