As companhar a velocidade das mudanças e se antecipar a elas é um desafio necessário. Ignorá-las é uma sentença condenatória do futuro. São tantas as urgências do presente, que falamos pouco sobre o amanhã.
A partir de hoje, os veículos da RBS iniciam uma conversa, em formato de reportagens e artigos, sobre o futuro em um mundo moldado pela intensa e frenética transformação.
Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul e, em grande medida, o próprio Brasil têm vivido para o curto prazo. A crise econômica e política nos impede de olhar à frente. Enquanto isso, outras sociedades miraram longe e, mesmo fragmentadas politicamente, evoluíram em áreas, para nós, ainda encobertas pelas sombras. Coreia do Sul e mesmo a Colômbia, até recentemente dilacerada por uma guerra interna, são exemplos de sociedades que decidiram avançar.
É isso o que as séries de reportagens e artigos que se iniciam hoje almejam: contribuir para que a transformação seja percebida não como ameaça, mas como oportu-
nidade de reinvenção e progresso. Escolhemos cinco temas para tratar ao longo do ano: o futuro do trabalho e da renda, o papel do Estado e a gestão pública, educação, saúde e segurança. Na seção de artigos de opinião, vozes plurais serão convidadas a se manifestar, em uma ampla reflexão sobre tendências e caminhos.
Para abrir o debate, uma revolução que já provoca impacto gigantesco sobre todos nós: as transformações no mundo do trabalho. Na mesma velocidade em que vai facilitar a vida das pessoas, a maior presença de inteligência artificial e de robôs no dia a dia extinguirá milhões de empregos.
Como garantir que não haja um avanço exponencial da desigualdade de renda frente a um cenário com menos postos de trabalho e salários mais escassos é uma dúvida que inquieta pesquisadores, pensadores e lideranças mundiais. Em um momento em que o conceito de trabalho como é compreendido hoje começa a se esfarelar, como assegurar que a população sem emprego possa contribuir para o desenvolvimento do país ainda é uma pergunta sem resposta.
O Brasil e o Rio Grande do Sul têm muito a oferecer. Nosso desafio é buscar o protagonismo sem abandonar nossas vocações culturais e econômicas.