Dia da mulher? Até quando precisaremos de um dia? Respondam-me, pois eu, sinceramente, não sei responder. Mulheres morrem todos os dias, morrem de palavras agressivas, morrem de tapas na cara. Morrem e morrem milhares de vezes pela vida afora de olhares esfomeados pelos seus corpos jovens ou não. Elas morrem quando os homem tentam retê-las em casinhas bonitas os seus espíritos livres. Mulheres morrem todos os dias para criar os seus rebentos sozinhas. Elas morrem mais ainda quando lhes dão um dia, flores, jóias quando, somente, querem respeito, parceria e igualdade. Mulheres morrem quando lhes exigem que tenham filhos, quando esse jamais foi seu sonho. Elas morrem quando lhes perguntam e cadê o namorado? Quando, na verdade, só desejam estudar, ter uma profissão e seguir uma vida livre.
Mulheres morrem quando calam a sua opinião política
Mulheres morrem quando calam a sua opinião política, pois o macho que as acompanha possui uma ideia diferente dela. Morrem, pois já nascem marcadas pela cor rosa, pelos cabelos longos e por tudo que exigem em excesso delas E morrem, muitas vezes, quando lhes exigem corpos malhados, seios siliconados e uma eterna juventude. Assim como morrem de tantos amores bandidos que as espreitam pelas esquinas quando elas ousam dizem adeus. Mulheres morrem de tantas traições caladas, pois muitas vezes, o amor grita tão mais alto que o amor próprio delas. Mulheres morrem a cada vez que levantam caladas para lavar as louças que o macho dominante da casa se recusa a lavar. Morrem quando sofrem assédios nos trabalhos e calam pelo medo absoluto de perder o emprego, pois morreria mais ainda: não teria como sustentar os filhos. Mulheres – meninas morrem ao engravidar aos doze, quatorze anos. Morrem mais ainda quando aquele que seria o amor de suas vidas vai embora e as deixam criando um filho sozinha.
Então, nós não queremos um dia, flores, ou bombons, queremos é morrer menos nas nossas vidas!!