A frase que nomeia este artigo, utilizada por Marx, é o título de um livro de Marshall Berman. Ele rebate, em sua obra, teses centrais da modernidade, sempre com um mote: a unidade da desunidade. Para o autor, a evolução social coloca em xeque as verdades científicas.
Vinda do latim universitas, a palavra universidade é a união do "unus", que dá a ideia de unidade, e do "verto", que significa a capacidade de voltar, de torcer. As universidades são locais em que as ideias se tornam unas a partir da (re)discussão das verdades. Em uma outra vertente, medieval, universidades seriam os locais nos quais pensadores livres poderiam repensar os cânones que os amarram a determinadas concepções. Cidades Universais. Universidades.
Paulo Freire, por exemplo, denuncia que as universidades restam presas a determinadas verdades e delas procuram não escapar
Paulo Freire, por exemplo, denuncia que as universidades restam presas a determinadas verdades e delas procuram não escapar, seja pela normal criação de uma vontade corporativa ou pelo próprio imobilismo. Por isso, ele dizia: "O mundo não é. Ele está sendo".
A busca pela inovação no Ensino Superior é, primariamente, o reforço do famoso teste de falseabilidade de Karl Popper. Quando há uma recusa, por vezes irracional, em se testarem os postulados científicos que sustentam determinado pensamento, não há inovação.
Assim, pergunto: a inovação não pode chegar às universidades inclusive pelo local onde as aulas se localizam? Universidades ainda estão restritas a prédios de um campus tradicional no Ensino Superior? Eles realmente são locais de ideias universais? Steve Jobs não revolucionou o mundo a partir de um primeiro passo em sua garagem?
O Campus Iguatemi da UniRitter está aí para isso: inovar. Considero absolutamente normais as reações tradicionais dos próprios acadêmicos, vertidas em uma frase: "Um campus em um shopping?". "Por que não?", rebato. Afinal, não é refutar verdades, em suma, a função das universidades? Não fosse assim, continuaríamos sólidos, mas o ar, o vento (e o tempo), como diria meu conterrâneo Erico Verissimo, já teriam nos levado para um futuro do passado interminável.