Em tempos de crise moral, não generalizada, contudo alastrada aos mais diversos setores da sociedade, eis a lembrança da lição que recebia da minha mãe na infância, diante de algum comportamento inapropriado e mal justificado: "E se todo mundo fizer isso?". A lição era de que, se todos agissem de maneira transgressora e mal-intencionada, a sociedade não funcionaria. Na vida acadêmica, percebi que minha mãe sintetizara o pensamento de um importante filósofo alemão, do século 16, chamado Immanuel Kant, no qual elaborou sua mais famosa teoria moral que intitulou de imperativo categórico. Tal ideia, em síntese, nos recomenda e parte do princípio de que só é moralmente boa e válida a ação que for pautada no dever racional do bem agir e que possa ter, ao mesmo tempo, uma aplicação universal. Tal ação moral não estaria condicionada a nenhuma categoria ou forma de coerção, obrigação, crença ou medo. Estaria guiada apenas pelo digno dever humano do agir pela boa vontade.