Vivemos em tempos ao mesmo tempo interessantes e desafiadores. Com mudanças cada vez mais rápidas e profundas, a incerteza é uma constante no dia a dia da nossa geração e a vida de cada um é atingida de uma maneira particular.
No mundo, hoje, já se testam carros e caminhões autônomos, drones fazem entregas e computadores economizam milhares de horas de advogados na revisão de documentos. Robôs operam na bolsa e, até mesmo, conversam com pessoas em canais de atendimento. É uma transformação radical que está apenas começando.
Estamos inegavelmente atrasados em termos dessas inovações, mas isso não significa que não chegarão aqui. Não adianta negarmos a evolução e pretendermos viver à margem da Terra. Precisamos, sim, estar preparados para esses novos momentos. Vencer dogmas e romper com práticas que não nos levarão para onde o mundo nos carregará. Passamos tempo demais discutindo maneiras de proteger pessoas a quem, se fosse dada a escolha, iriam preferir o risco ao custo que a burocracia impõe em suas vidas. Tempo demais e energia demais são dispendidos em ações que não geram produtividade ou inovação, mas antes justificam as estruturas que as criaram.
Enquanto esse modelo de país começa a ruir a olhos vistos, as pessoas buscam por uma nova forma de fazer as coisas, uma que preferencialmente evite o desgaste que vem da desacomodação de um dado equilíbrio. Essa forma, contudo, não existe e o decorrer do tempo apenas nos leva mais perto do abismo. Sinais importantes de que está na hora de mudar de rumo podem ser vistos. Reformas fundamentais foram postas em marcha e temas sensíveis, abordados abertamente. A chave para enfrentar esse momento será a nossa integridade. Não apenas no sentido de ser honesto ou posicionar-se contra a corrupção, mas com um significado mais amplo.
Precisaremos da integridade presente na capacidade de saber ouvir posições diferentes antes de decidir. No entendimento profundo do que é ser coerente e do reconhecimento de quando não estamos sendo. No respeito às escolhas e à vida de cada indivíduo e no reconhecimento que não temos o direito de interferir, nem para fazer escolhas aparentemente melhores. De buscar o nosso papel, assumir a responsabilidade e fazer. Esses são, acima de tudo, os nossos tempos e cada decisão que tomamos, do tamanho que for, ajuda a moldá-los.