Meio que estranhamente, ainda que reconhecidamente, a história parece insistir em se repetir. As crises e os momentos de euforia se alternam pelas mais variadas razões, de tulipas a imóveis, de ações a Bitcoins. As expectativas das pessoas são então jogadas para o alto e para o chão em questão de poucos dias ou meses. Mas, em uma visão mais longa, ou secular como alguns preferem, uma certa linha de tendência se impõe.
Por mais que a humanidade transmita conceitos e experiências no tempo, as gerações sucedem-se em dar seguimento a uma inércia quase cíclica. Parece não ser por acaso que certos países carreguem consigo valores e instituições que os mantenham no caminho do desenvolvimento. Claro, guerras e crises econômicas estão muito presentes na história, mas não impedem que uma linha de tempo mais longa aponte para o alto.
De tempos em tempos, até cai um Império como o Romano, ou um país como a China se descola da sua trajetória, mas não é o caso geral. O normal é que a força da cultura prevaleça sobre o senso comum ou a vontade de mudar, para o bem e para o mal. O Brasil já teve inúmeras oportunidades de ser um país melhor, mais livre e mais próspero. De booms de commodities ao desenvolvimento da indústria, desde antes do Barão de Mauá até os dias de hoje, reiteradamente as jogamos fora.
Certamente não somos um caso isolado. Muitos países latino-americanos unem-se como uma espécie de corruptela da Civilização Ocidental, privilegiando o estado sobre o indivíduo, a pessoa sobre a lei, a burocracia e a corrupção sobre a liberdade e a responsabilidade. Passamos por muita coisa nos últimos anos e aparentemente 2018 marcará uma daquelas encruzilhadas em que podemos dar um passo efetivo para fora da nossa zona de conforto, em direção a algo novo e mais parecido com nações mais desenvolvidas, ou acabar de volta no ponto de partida. Como sempre, o tempo dirá.