Finalmente começam a ganhar corpo algumas das reformas tão desejadas e sempre adiadas. A sociedade, através de suas instituições representativas, quer ver o Brasil andando para a frente, o que requer mudanças de base para desengessar o crescimento. Convém lembrar que o presidente Michel Temer se comprometeu – se a chapa Dilma-Temer não fosse impugnada – a aprovar, ainda neste ano, as cinco mais importantes reformas: trabalhista, previdenciária, fiscal, tributária e política.
É verdade que os nós começaram a ser desatados, não se sabe a que custos, mas sabe-se que as pressões contrárias e os interesses políticos são enormes, principalmente estando próximo das eleições de 2018. O governo precisa ter a coragem de discutir publicamente os principais pontos das reformas e tentar ao menos aprovar os itens convergentes, para o bem do Brasil produtivo e em benefício de quem realmente trabalha e gera riquezas. Afinal, a única solução para sairmos da crise é a geração de empregos. Não existem mais soluções fictícias.
Remendada ou não, a reforma trabalhista saiu do papel em 11 de novembro, com alguns avanços, deixando, acima de tudo, liberdade de negociação entre as partes, sem descuidar dos direitos básicos. Que agora venha, pelo menos, a reforma previdenciária, que tem envolvimento demasiadamente político pelo risco de influenciar o voto do eleitor para 2018. O objetivo final, ainda que contestado por alguns, é o do equilíbrio das contas públicas, já que o fim da desigualdade de tratamento entre os servidores públicos e privados tem sido consenso, com exceção dos próprios beneficiados.
Ao contrário do que a velha política prega, entendo que, para que as reformas propostas pelo governo avancem, os atuais políticos precisam se posicionar com fatos e têm exatos 10 meses para isso. Acredito que as próximas lideranças políticas eleitas serão aquelas que tiverem a seriedade de assumir sua opinião sobre cada tema, pois a população cansou de promessas vazias ou de falta de posicionamento, além da postergação das ações para o próximo mandato. Eu e os brasileiros que acordamos todos os dias para trabalhar ou em busca de trabalho precisamos de líderes que tenham coragem de realizar mudanças necessárias, mesmo que não agradem a todos.