Chegando a meados de dezembro, é sempre prudente fazermos um balanço do que aconteceu no ano e traçar alguma ideia do que podemos esperar no futuro próximo.
Avançamos. Aos trancos e barrancos, como se diz, mas avançamos. Reformas importantes foram feitas e outras podem acontecer ainda esse ano. Não foram perfeitas, como não poderia se esperar que fossem. Geraram também muita polêmica e animosidade, mas, esgotado o prazo para debate pelo peso da realidade, foram as possíveis. Inflação e taxa de juros estão baixas e sinais esporádicos de melhora nos dados econômicos começam a aparecer. Soma-se a isso a tendência a discutir a redução do Estado brasileiro, em todas as esferas da federação. Se não foram vitórias decisivas, são passos importantes que precisam ser celebrados.
Com tudo que aconteceu, continuamos sem conseguir responder algumas questões básicas sobre o país que estamos construindo. O ano de 2018, portanto, começa repleto de incertezas. O próprio número de possíveis candidatos à Presidência já nos dá uma pista sobre nossa crise de identidade. Qual, afinal, será a vantagem comparativa do Brasil para nos fazermos uma nação desenvolvida? As melhoras ainda foram tímidas para criar um ambiente livre, propício a que cada indivíduo alcance todo o seu potencial e ofereça o que tem de melhor para a sociedade. Não estamos vivendo isolados no mundo e outros tantos já endereçaram questões assim de maneira muito mais eficiente. De amarras burocráticas às falhas na educação, tudo no Brasil tem espaço para evoluir muito.
Até agora, as mudanças foram mais por reação que por convicção de ideias. Com o tempo, surtirão efeito, ainda que não sejam suficientes para resolver o longo prazo. Talvez o espírito de Natal, com o seu poder de aproximar pessoas e acalmar ânimos, possa nos ajudar a deixar posições de lado e buscar a elaboração dos próximos passos no diálogo e no uso da razão. Passaremos, então, da reação para a ação.