As mudanças sempre parecem rápidas e transformadoras para quem é contemporâneo delas. A chegada da televisão e do computador, por exemplo, foram altamente impactantes, pelo efeito e pela escala. Mas isso não significa que não exista uma diferença nas mudanças que vivemos hoje. Há sim: chama-se velocidade. Daqui para frente, as mudanças jamais serão lentas novamente. E é por isso que as próximas duas décadas serão diferentes de qualquer coisa que já vivemos nos últimos cem anos.
Esta é uma das conclusões que estão no report do Singularity University Global Summit, evento que aconteceu recentemente em São Francisco, nos Estados Unidos, reunindo mentes brilhantes que tentam antever tendências e movimentos do mercado, da sociedade e do mundo. Logo ali, entre 2022 e 2025, o mundo inteiro deverá estar conectado por uma internet onipresente, envolvendo máquinas e humanos. Em 2030, US$ 1 mil irão comprar poder computacional igual ao cérebro humano. Em 2050, comprarão o de todos os cérebros humanos juntos.
Até lá, com equipamentos digitais integrados ao nosso corpo, a saúde e a vida serão, cada vez mais, um problema de nanotecnologia e engenharia de software, e não apenas de genética ou medicina. O ensino vai passar por uma reviravolta revolucionária. Diversos empregos irão desaparecer (olhe em volta: já estão desaparecendo), mas inúmeros outros irão surgir, exigindo mais conhecimento de disciplinas que hoje sequer imaginamos.
O futuro da educação será mais empreendedor e analítico e menos pautado pela decoreba. Vamos ter que aprender e ensinar fazendo, o famoso learning by doing. As cidades mudarão, com carros elétricos e autônomos, e diversos sensores interligados vigiando e facilitando tudo. Já se projetam fazendas verticais e a comida virá a partir da célula animal, sem que precisemos matar nenhum bicho.
Estamos em plena transição de era, como um dia já foi a passagem da era agrícola para a industrial. Só que, desta vez, assustadoramente mais rápido. Já são 2,6 bilhões de smartphones no mundo e nove vezes mais dados gerados e disponíveis do que nos últimos dois anos.
Sei lá para onde vamos com tudo isso. Mas, uma coisa é certa: quem não está mudando já está atrasado.