O que todo cidadão honesto e trabalhador quer é ter o Brasil com governança pautada por valores, com crescimento de, ao menos, 6% a.a., visando a uma sociedade mais justa e com melhor qualidade de vida. Mas estamos muito distantes deste sonho, vivendo a maior crise ética, moral, política, econômica e social da nossa história. Então, devemos olhar para frente e buscar alternativas de reformas que, pragmaticamente, iniciem as profundas transformações necessárias.
Um bom começo seria a reforma política, para criar condições e aumentar a qualificação e a eficiência da governança pública. Entretanto, esta reforma, neste momento, seria descaracterizada pela falta de tempo hábil para discuti-la devido à proximidade das eleições e pelos interesses duvidosos dos que a conduziriam. Poderíamos abrir espaço para que se criassem condições protetivas aos que hoje estão denunciados ou em vias de sê-lo, possibilitando a preservação de mandatos obtidos de maneiras escusas. Tampouco seriam revistas questões como os inúmeros casos de partidos sem representatividade, financiamentos e gastos de campanha e reeleição. Em suma: a atual dominância dos políticos patrimonialistas clientelistas não permitirá que algo sério seja produzido.
Por isso, neste momento, a prioridade é criar as condições de desenvolvimento econômico. A reforma da Previdência é uma necessidade impositiva. É, também, o início do fim de uma era do corporativismo que construiu, para si, um Estado assistencialista cheio de privilégios para os quais inexiste economia capaz de pagar a crescente conta. Países desenvolvidos assumiram a reforma da Previdência e, até hoje, ainda a ajustam. Aqui, entretanto, ainda temos lideranças políticas que procuram negar e distorcer a realidade com discursos populistas mentirosos. Brasileiros comprometidos em construir um país viável devem se mobilizar a favor de uma agenda positiva transformadora que se oponha a este patrimonialismo corporativista que resulta num Brasil anacrônico. Inúmeras reformas são necessárias, mas a prioridade pragmática é a da Previdência, seguida da tributária. A reforma política deve ficar para o próximo mandato Legislativo e Executivo, pois acreditamos e esperamos que o povo brasileiro evolua na qualidade da escolha dos atores políticos. Basta de maquiagens legislativas. O Brasil precisa de verdades para evoluir através de uma agenda transparente, objetiva e corajosa de mudanças, que não seja subordinada aos interesses de políticos e da próxima eleição.