* Médico pneumologista
Se os absurdos da corrupção absoluta do poder público parecem não afetar a classe política quase como um todo e se continuam a maquinar saídas para o comprometimento de suas carreiras, urge que a cidadania brasileira encontre uma resposta.
Vários movimentos de protesto já ocorreram, os de rua, mais do que expressivos, e os encaminhamentos de leis de iniciativa popular, esses que também os parlamentares procuram mutilar, em seu próprio interesse.
Várias e respeitáveis pessoas têm se manifestado a respeito neste espaço, e faço coro com todos os que julgam necessária uma resposta forte, que, contudo, não poderia extrapolar os limites da democracia. Se esta tem defeitos, que até podemos medir nesses difíceis momentos, piores seriam as soluções autoritárias e a luta interna na forma de uma comoção civil, que ninguém, em sã consciência, pregaria.
A meu ver, o voto continua sendo a melhor arma e o protesto pela não participação, ou pela nulidade do sufrágio, tem efeito reverso, ou seja, favorecendo os malandros de sempre. Então vejamos, se os políticos de hoje ou são partícipes desse lamaçal, ou são omissos pela visão resignada dos fatos, pouco, quase nada de injustiça se faria ao adotarmos, em conjunto, a estratégia de não reeleger ninguém.
Qual dos partidos ou suas facções reconheceu a participação nos fatos que exauriram a nação de recursos que faltaram nas maiores prioridades do povo brasileiro? Qual dos implicados, com fatos escancarados e com cuidadosos escrutínios de suas ações, deu qualquer resposta convincente de inocência? Ao contrário, usaram e abusaram no desrespeito às mais medianas das inteligências.
O mesmo se pode dizer dos privilégios, aposentadorias, planos de saúde, complementações absurdas e revoltantes. Nenhum político veio a reconhecer os fatos e a aceitar a ideia de suprimir qualquer dessas escandalosas concessões.
Faço, portanto, leitores, uma modesta sugestão, de um mote que ouvi de um amigo: "Na próxima eleição, para o Brasil ficar bem, não reeleja ninguém".