Em sua mais recente edição, o Índice de Desenvolvimento Estadual – Rio Grande do Sul (iRS), que está sendo divulgado hoje, aponta o segundo ano consecutivo de queda na qualidade de vida dos gaúchos. Ao mesmo tempo, indica uma causa que precisa merecer atenção especial e permanente: o aumento da violência, impulsionado particularmente pelo elevado número de homicídios. O aspecto preocupante é que, depois de perder posição relativa em áreas nas quais era visto até há pouco como paradigma – entre elas, padrão de vida e educação –, o Estado enfrenta problemas justamente num item no qual segue em destaque, como expectativa de vida. Por isso, é importante que possa reagir a tempo, aproveitando os aspectos sobre os quais o iRS lança luz para corrigir entraves e assegurar maior bem-estar aos gaúchos.
Menos pior que, apesar da deterioração nos indicadores por dois anos seguidos, o Estado manteve-se no mesmo lugar nas três posições avaliadas – padrão de vida, educação e longevidade e segurança. Ainda assim, é preocupante que um Estado, reconhecido até poucos anos pela excelência de sua educação, ocupe hoje o oitavo lugar nessa área. E, mais ainda, que avance timidamente nesse aspecto. É inadmissível, também, que esteja enfrentando uma ameaça justamente no aspecto até agora de melhor desempenho: longevidade e segurança. Conquistas históricas, como os reduzidos índices de mortalidade infantil vêm sendo obscurecidas pelo avanço no número de homicídios, que precisa ser detido com ações efetivas na área de segurança pública.
O aspecto positivo do iRS – que em sua quarta edição se baseia em dados de 2015, os últimos disponíveis – é o de apontar justamente como o Estado pode sustar a perda de posição relativa. Isso porque o indicador, com foco na vida real, dá ênfase não só a áreas nas quais o Rio Grande do Sul tem maior potencial, e por isso precisa continuar incentivando-as, mas também àquelas nas quais não se sai bem, ou perde terreno, ou se recupera muito lentamente e, por isso, exigem atenção especial.
Mesmo com a crise, o Rio Grande do Sul tem o dever de no mínimo preservar sua posição relativa entre os Estados reconhecidos pela excelência de sua qualidade de vida. Esse é um patrimônio coletivo que foi conquistado com base em esforços acumulados ao longo dos anos e, por isso, não pode ser perdido.