* Economista
"A verdadeira dificuldade não está em aceitar ideias novas, mas escapar das antigas".
Lorde John Maynard Keynes (1883-1946)
Era uma cidade como outras. Todos os habitantes se conheciam: – "Olá!. Como vai a senhora, vizinha?" – Como sempre, vendo governos prometerem empregos e não cumprir". Era um retrato do dia a dia daquela cidade.
Um dia, uma notícia inesperada. Uma grande montadora de automóveis iria se estabelecer naquele município.
Houve até reações contrárias. A montadora de automóveis era uma multinacional. Por certo imperialista. (Iria atrair novos sindicatos de trabalhadores – rompendo monopólios sindicais locais.)
Os economistas ocupados lembraram, como exemplo, que naquele município existia um lago. E que uma pedra nele jogada produziria ondas circulares em expansão. Abrangeria outros setores. Havia algo novo: certo multiplicador econômico. Houve até quem lembrasse os ensinamentos de Keynes – mas o exemplo da pedra no lago foi mais forte.
Em poucos anos a cidade era outra: boom da construção civil, novos hotéis, supermercados, restaurantes, bares, açougues, lojas, cabeleireiros, manicures, escritórios, clínicas e consultórios, academias e outros tantos setores profissionais. Era o efeito multiplicador daquela pedra jogada naquele tranquilo lago, que logo iria se propagar pela indústria metal mecânica estadual (inclusive implementos rodoviários e rurais) em diversos municípios.
Agora, em 2017, surge outra novidade: uma nova etapa da empresa irá instalar plataformas para fabricação de novos veículos de forma a transformá-la na maior unidade montadora da América do Sul. E é em Gravataí, onde se encontra o gigantesco empreendimento da General Motors (GM). Uma das grandes montadoras de veículos do mundo.
Fora do Rio Grande do Sul há outra grande montadora internacional. Está na Bahia.
Pena!
(Talvez porque o governante que a mandou para lá estaria mais preocupado com as eventuais reações da população com o barulho de apito da futura fábrica.)