* Professor de Filosofia
O governo federal e o Congresso Nacional desta vez mostraram a outra face, quando despropositadamente, tornaram explícita a prática da velha política do "toma lá, dá cá", ao votar contra a denúncia de Michel Temer por corrupção passiva.
Apesar de mais um escândalo protagonizado por políticos viciados em um sistema ultrapassado nos países desenvolvidos, não deixou de ser uma ótima oportunidade para os eleitores avaliarem o comportamento de seus deputados, num dos períodos pré-eleitorais mais significativos dos últimos anos.
O quadro é enternecedor, não apenas pela notória negociata entre os dois poderes, mas pelas evidências que comprovaram o envolvimento de Temer em atos comprometedores que, indiscutivelmente, classifica este governo, desde o seu início, como o pior da história política do país.
Três anos de política sem diretrizes e, de um Congresso cuja única disposição foi a de tornar o Plenário um circo, onde deputados e senadores eram acusados e presos.
Entretanto, o que esperar para 2018? Segundo especialistas, mesmo após todas as denúncias de empresários que envolveram mais de mil políticos, 2/3 dos deputados estaduais e federais serão reeleitos.
Número estarrecedor e, que mostra a incapacidade do eleitor em diferenciar representantes honestos e eficientes daqueles que não apresentam tais qualidades.
No fundo, já era esperado que, Temer, teria a maioria dos votos, sendo que os desdobramentos deste momento indigno serão desastrosos, além de marcar o Congresso Nacional com total falta de ética, moral e de vergonha.
Quanto aos deputados, a maioria deles retornará aos seus gabinetes. Mas o que acontecerá com a sociedade, a qual neste governo, ainda não foi beneficiada sequer com uma lei?
O pobre perde mais uma vez. O rico vence novamente. As instituições não mantém suas funções. Os símbolos da justiça não significam nada, nem mesmo para seus representantes. O caos político segue em frente. A economia anda para trás e os serviços públicos são negligenciados. Essa é a nossa sina, essa é a nossa herança.
