* Deputado estadual e líder da Bancada do PMDB
A travessia da crise econômica é, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade para o Rio Grande do Sul. Desafio porque é necessário reequilibrar as finanças para retomar o crescimento. Oportunidade porque é preciso rediscutir o tamanho do Estado.
Zero Hora trouxe à tona, recentemente, uma realidade preocupante: o aumento da folha de inativos. De 2015 a 2017, o valor cresceu 8,7%. Equivale a R$ 61 milhões, quantia superior ao orçamento de muitas prefeituras.
Hoje, os inativos são 54,1% da folha. O índice é maior se considerarmos categorias específicas, como magistério (58,6%) e Brigada Militar (57%). A situação é ainda mais preocupante porque, neste ano, 7,6% dos vínculos ativos estão aptos a se aposentar.
Em 2016, propus a criação e fui relator de subcomissão na Assembleia Legislativa para debater a estrutura administrativa do RS. O mapeamento que fizemos deixou claro que o modelo atual não é sustentável há muito tempo.
O Estado enfrenta déficits há anos, enquanto a estrutura cresce sem previsão de receita para suprir novos encargos. Hoje, também pagamos o preço de ações equivocadas de governos do passado com a máquina pública.
Apenas uma ampla reestruturação permitirá que adentremos em um caminho viável e sustentável. Logo, precisamos encarar este momento difícil com coragem e, principalmente, atitude. Cabe a nós prepararmos o futuro com consciência e maturidade para evitar problemas ainda mais graves.
O governo atual tem levado adiante um corajoso plano de modernização, com propostas estratégicas para remodelar a gestão e revitalizar o Estado. As medidas já dão resultado: fizeram o PIB gaúcho parar de cair após 11 trimestres seguidos e garantiram saldo positivo de 1,1 mil empregos formais no primeiro semestre do ano.
Isso tudo sem deixar de investir. Recentemente, foram liberados R$ 40,7 milhões para obras em 301 escolas e nomeados mais de mil novos policiais, enquanto se prepara o maior concurso público para a segurança em 30 anos. Estamos na direção certa para fazer dessa travessia o passaporte para um Rio Grande do Sul mais moderno, estável e novamente pujante.