* Servidor público de Novo Hamburgo e licenciando em Filosofia
Em toda história da humanidade, nunca tivemos tanto acesso à informação e ao conhecimento como na atualidade. Devido à evolução das novas tecnologias, uma criança, hoje, tem acesso e sabe mais coisas do que um adulto, no século passado, soubera em toda sua vida. Antes, uma dúvida permanecia suspensa até que se consultasse uma enciclopédia. Hoje, basta um clique e surgem várias respostas e informações para vários questionamentos. Todavia, o grande dilema é: como e para que estamos usando todo este conhecimento?
A tecnologia trouxe muitas melhorias à nossa vida, no entanto, alguns problemas continuam alheios a isso. A desigualdade social, a fome que ainda assola diversas pessoas, doenças sem cura, barbáries..., a lista é extensa! Sempre que nos deparamos com tais problemas, surge a reflexão: por que, ainda, não conseguimos revertê-los? Informação, conhecimento e tecnologia não nos falta.
Sócrates, o mais famoso filósofo que existiu, depois de tanto questionar e refletir, concluiu, há mais de 2400 anos, que só sabia de uma coisa: de que nada sabia. A mensagem que queria transmitir era que nada sabia por completo e em definitivo. Por tal razão, foi considerado o homem mais sábio de sua época. Isso, dentre outros fatores, torna o conhecimento um paradoxo. Ou seja, quanto mais sabemos, mais sabemos o que não sabemos. Entretanto, muitas pessoas, principalmente nas redes sociais, contrariam essa lógica, onde sem conhecer, dominar e se aprofundar em determinado assunto, são, justamente, os que se julgam mais capazes de opinar e argumentar sobre.
Nunca nos comunicamos tanto como atualmente, também, nunca nos tornamos tão escravos e reféns das novas tecnologias. Isso exige uma maior capacidade e uma urgente necessidade em refletirmos como a utilizamos. Estamos nos aproximando ou nos afastando dos nossos semelhantes? Nos relacionando melhor ou pior? Buscando novas soluções para velhos problemas, ou continuamos alheios e indiferentes a isso? Com essas respostas, saberemos ou paradoxalmente não, qual o caminho a seguir.