* Diretora do Colégio Santa Inês
Que a tecnologia veio pra ficar, ninguém discute. E isso é muito bom! Mas em meio a tantas "telas", cada vez mais atraentes, urge termos o olhar focado nas crianças e jovens e na grande exposição diante destes meios. Há uma dicotomia entre a necessidade e o excesso, o que não estabelece uma comunicação saudável com o ambiente em que estão inseridos e provoca restrições nas relações sociais. E nós, pais e educadores, como podemos ajudar na mediação da dependência que existe em relação à tecnologia?
O uso das tecnologias facilita a conexão com o mundo, amplia os horizontes e nos traz inúmeros benefícios. Quanto à educação, os avanços são notáveis através do ambiente virtual. Fomos levados a mudanças gigantescas, fazendo uma imersão para beneficiar e oportunizar aos estudantes um aprendizado mais dinâmico.
Mas mesmo com imensuráveis benefícios, o que fazer com questões como o cyberbulling ou o prejuízo causado pela exposição contínua das crianças e dos jovens nas redes sociais, entre outros meios? É aí que entra um elemento essencial: a relação honesta entre pais e filhos, com o objetivo de protegê-los e ajudá-los a se beneficiarem, na medida certa, do mundo sem fronteiras ao seu alcance. E isso requer um maior cuidado e vigilância das famílias.
Causa-me sofrimento ver que, em momentos de interação entre pais e filhos, muitos adultos não conseguem, simplesmente desfrutar, porque tudo precisa ser registrado e comunicado em uma página. Perde-se um momento importante do olho no olho, do abraço e da percepção real do sentimento.
Cabe-nos, como adultos, mediar a necessidade e contrapor o excesso, buscando, juntos, a medida exata. Até onde nossos filhos precisam ficar expostos às telas diariamente? É de nossa responsabilidade encontrar esse equilíbrio, para que nossas crianças e jovens consigam crescer de forma saudável, garantindo-lhes a tão necessária convivência social. Com diálogo aberto, limites e afabilidade temos grandes possibilidades de dirimir essa dicotomia e preservar as relações.