Este artigo começou a ser escrito na semana passada, quando conversei com Peter Dimanais em SP. Ele é um dos maiores nomes do Vale do Silício, dos primeiros a investir no Facebook, criou a PayPal, a Singularity University e agora tem uma empresa para minerar asteroides (quer descobrir novas matérias-primas no espaço!) e outra que está mapeando as 10 bilhões de células que temos no nosso corpo, para eliminar doenças, antes que elas se manifestem. Falamos sobre o pensamento linear, que está enterrando setores inteiros da economia mundial.
O exemplo mais batido, porém o mais representativo, foi o da Kodak. Em 1996 tinha 140 mil empregados, valia US$ 28 bilhões. Tinha acabado de inventar a máquina fotográfica digital, mas os conselheiros acharam que isso era um brinquedo de criança. Não acreditaram na ideia. Em 2012, quebrou. O erro? Pensar que estava no negócio de imprimir imagens em papel e não no negócio de preservar memórias. Hoje, fotos em papel praticamente não existem mais, enquanto são feitas mais de 500 bilhões de fotos digitais por ano! No mesmo ano em que a Kodak quebrou, o Instagram, que tinha apenas 13 empregados, mas outra mentalidade, foi vendido para o Facebook por US$ 1 bilhão. Exemplos como esses existem aos montes. As empresas estão durando cada vez menos: duravam 69 anos, em média. Hoje, duram 15 anos. Os bancos são um dos setores mais ameaçados, atacados por milhares de "fintechs", pequenas empresas de tecnologia focadas no mercado financeiro. É preciso aproveitar as oportunidades que surgem e criar valor. Mesmo quem não está no ramo da computação (o alicerce de tudo), inteligência artificial, robótica, biologia sintética, impressão 3D, redes, sensores, os setores mais promissores. Precisamos nos dar conta de que as coisas estão se desmaterializando. Não precisamos mais ter carro, casa na praia, bicicletas. Podemos usar o que já existe. Na Holanda, a GreenWeels deixa carros pequenos nas ruas e as pessoas usam, pagando com o mesmo cartão do metrô. E nem precisam deixar em lugares certos ou reabastecer. Essa gente está pensando em não estar na lista das 40% maiores empresas do mundo que vão desaparecer nos próximos 10 anos! Quantas das nossas empresas vão desaparecer? Basta não olhar para o que acontece fora da empresa. Evolua ou morra! O mantra dos novos tempos.