* Deputado estadual e líder da Bancada do PMDB
Vencer uma crise nunca é fácil. Exige tempo, paciência e trabalho. Só com coragem é possível tomar as medidas necessárias sem perder de vista o bem da maioria. Envolto em problemas financeiros, o Rio Grande do Sul vive uma fase de retomada. Os resultados estão no horizonte. É preciso seguir em frente.
Nos primeiros quatro meses do ano, o Estado teve saldo positivo de 20,9 mil vagas de emprego. Recuperou mais de um terço das 57 mil vagas fechadas em 2016 diante da recessão no país. Em nível nacional, o PIB voltou a ter alta neste trimestre após dois anos.
O equilíbrio das contas, porém, ainda desafia. No Rio Grande do Sul, a aprovação da renegociação da dívida pelo Congresso abriu o caminho para um novo momento. É necessário, entretanto, dar garantias à União para atender os requisitos e garantir fôlego de R$ 9,5 bilhões nos próximos três anos, que permitirá cumprir os compromissos e investir mais.
Nesse cenário, é essencial haver um desfecho sobre o rumo das estatais de energia. Os números mostram que CEEE, CRM e Sulgás têm dificuldades financeiras e exigem alto investimento de um Estado com parcos recursos para se manterem competitivas.
Por isso, o governo está propondo um plebiscito. Quer que a sociedade opine sobre o futuro das empresas ainda neste ano, para que as medidas não tardem, e os benéficos efeitos venham o mais rápido possível.
A realização da consulta pública passa, necessariamente, por autorização da Assembleia Legislativa. Por isso, é imprescindível que os deputados ajam independentemente de posições partidárias. Devem permitir à população o direito de opinar.
A divergência de ideias faz parte da política, mas o povo sempre será soberano. Sua decisão, pelo voto direto, será incontestável. Afinal, o cidadão sabe o quão importante é o reequilíbrio das finanças.
Queremos um Estado mais eficiente, que ofereça serviços públicos de qualidade e seja um indutor do desenvolvimento econômico. Mais do que definir o rumo das estatais, o plebiscito é a oportunidade para discutirmos o tamanho e o papel do Estado. É o futuro de nós, gaúchos, que está em jogo.