* Servidor Público
Após a tentativa frustrada de votar, em caráter de urgência, a retirada da exigência de plebiscito para a federalização ou privatização de empresas públicas, como a CEEE, a Sulgás e a CRM, o governo optou por requerer que a população, através de amplo debate e da prerrogativa que a Constituição Federal lhe confere, decida sobre o futuro de tais companhias.
A situação caótica das finanças públicas faz – ou deveria fazer – com que os nossos parlamentares se posicionem de maneira racional e objetiva, ao invés do velho ranço ideológico, de o governo ser a favor e a oposição ser contrária, como ocorre com certa frequência.
Sendo assim, me parece que o governo acertou em dividir a responsabilidade da decisão tão importante para as finanças do Estado com toda a sociedade, sob o argumento de que tal atitude irá dar um fôlego para que o funcionalismo volte a receber em dia e que seja recuperada a capacidade de investimento e, consequentemente, de desenvolvimento.
Por outro lado, a oposição, que alegava que não desejava apreciar um projeto tão importante em regime de urgência, acaba por cair em contradição ao desejar trancar o plebiscito, ferramenta que possibilita à sociedade participar das discussões e da decisão em um tema de tamanha relevância.
Assim, por birra ideológica e demagogia eleitoreira – as eleições passadas deram um recado à esquerda que tenta, a qualquer custo, se reaproximar das entidades de classe para sobreviver nas urnas – a oposição se apega, dessa vez, ao discurso dos gastos para não permitir que o plebiscito ocorra e o poder público dialogue com a sociedade sobre os rumos do Rio Grande.
A meu ver, protelar a discussão para 2018, junto das eleições, acarretará no fortalecimento do candidato do governo, visto que a sociedade não aguenta mais pagar a conta e deseja, mais que nunca, um estado do tamanho necessário para promover o desenvolvimento e melhores condições de vida para todos, se livrando do engessamento de uma estrutura pesada, além do estritamente essencial.
Espero que o plebiscito seja aprovado para o governo dialogar com a sociedade e a oposição ser minimamente coerente, visto que adora bradar pela democracia participativa e, quando lhe convém, acaba utilizando artifícios para barrar tal mecanismo.
Está na hora de todos, juntos, decidirmos o Rio Grande que queremos!