O primeiro sinal concreto de reação na atividade econômica depois de longos e inquietantes oito trimestres de retração, garantido em boa parte pelo desempenho do agronegócio, é motivo consistente para comemorações. O Rio Grande do Sul, que é fortemente influenciado pelos resultados do campo, tem ainda mais razões para se mostrar particularmente otimista. A expansão de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro entre janeiro e março, em relação ao trimestre anterior, se deve em muito ao crescimento de 13,4% na agropecuária no período. E, quando o setor primário vai bem, sem o registro de problemas climáticos, a economia gaúcha costuma dar um salto.
Nada garante que, com essa primeira reação positiva depois de tanto desalento, num cenário ainda de investimentos escassos e níveis insuportáveis de desemprego, o país tenha, finalmente, deixado a recessão para trás. Ainda assim, numa economia tão carente de boas notícias, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trazem alento para os brasileiros.
Por suas características peculiares, a economia gaúcha deve ser fortemente impactada pela maior expansão da agricultura brasileira em mais de duas décadas. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a alta na produção primária brasileira foi ainda mais expressiva, graças principalmente às excelentes safras de soja, milho, arroz e fumo. No Estado, resultados dessas dimensões acenam com boas perspectivas não apenas para o campo, mas também para áreas que vão desde o frete, com o maior deslocamento de cargas, até a indústria de insumos e fertilizantes, além da metalmecânica, devido à maior procura por máquinas e implementos.
Os resultados positivos reafirmam a urgência de o país reconquistar um cenário de estabilidade favorável aos negócios. Os dados oficiais mostram que o nível de investimentos em âmbito nacional ainda está muito abaixo do necessário para garantir um crescimento sustentado. O país e o Estado precisam de desenvolvimento para deixar a crise no passado.