* Relações Públicas, professora da Famecos/PUCRS
Após a segunda guerra mundial, a Europa encontrava-se imersa em uma nuvem de desconfiança provocada pelas relações corroídas entre as instituições e a sociedade. Naquela ocasião, algumas ações buscaram restituir a confiança como cimento social para a retomada do progresso. Dentre essas investidas, e com aporte financeiro do Plano Marshall, um grupo de representantes de organizações públicas e privadas francesas, incentivado pelo Centre d´Études pour l' Accroisement de la Productivité, organizou uma viagem aos Estados Unidos com o intuito de conhecer as public relations. Liderada por Lucien Matrat, um protagonista das Relações Públicas europeias, essa comitiva tinha como missão "importar" daquele país a ideia do esforço para a reconstrução da confiança entre as organizações e seus públicos.
Embora não estejamos vivenciando um período pós-guerra, esse recorte da história revela ares de agora!
Recentemente, a Edelman, empresa de Relações Públicas que opera na esfera internacional, apresentou o resultado de sua última pesquisa Trust Barometer 2017 sobre o tema confiança nas instituições (governo, empresas, ONGs e mídia). Esse estudo revelou um enorme estado de desconfiança nas instituições, em âmbito global.
O estado atual das relações de natureza sociopolítica, tanto alhures como aqui, indicam a necessidade premente de reconquista da confiança nas instituições também por nós, brasileiros. Orientado pela ética e pela estética, o bom relacionamento entre indivíduos e instituições, em uma nação, tem se mostrado a saída mais adequada para associar a díade fatos econômicos – realidades sociais, como forma de conquistar a confiança da sociedade junto às organizações.
Não estaria o Brasil de hoje precisando retomar o crescimento com base na migração dos significados da expressão "la stratégie de la confiance" para a estratégia da confiança?