Em meio a tantas incertezas no âmbito político e econômico, a presença expressiva de público na segunda Noite dos Museus em Porto Alegre demonstra que a iniciativa já assegurou lugar no calendário cultural e turístico do Estado. Não é tarefa fácil chamar a atenção para locais destinados à memória e à conservação. Por isso, o resultado deve ser atribuído a uma bem-articulada combinação de esforços dos responsáveis pela iniciativa. Porto Alegre precisa de ações desse tipo, que contribuam para redemocratizar espaços e para a descoberta do que tem de melhor a oferecer à população.
Entre as explicações para o expressivo número de participantes no último sábado, está a combinação da riqueza dos acervos com a apresentação ao vivo de artistas admirados pelos gaúchos. A convocação de interessados pela imprensa e pelas redes sociais e a criação até mesmo de um aplicativo específico para o evento contribuíram para que milhares de pessoas saíssem às ruas. O deslocamento foi facilitado com a edição do Bike Tour Poa, o funcionamento do ônibus da linha Turismo e parcerias com estacionamentos, além de maior garantia de segurança nas ruas.
Em todo o mundo, cidades preocupadas em assegurar mais opções de lazer e diversão para os munícipes têm se preocupado em propiciar mais oportunidades de lazer e cultura em dias de descanso da maioria da população e em horários facilitados. Se forem ampliados para além de uma única noite, os esforços podem contribuir não apenas para levar mais arte à população. Têm condições de ajudar também a reduzir a sensação de insegurança, com a circulação de mais pessoas nas ruas durante a noite.