No balanço do primeiro ano de governo do presidente Michel Temer, nenhuma área se mostra tão preterida quanto a segurança pública. A constatação preocupa, já que o Rio Grande do Sul, pressionado pelo clamor popular diante do recrudescimento da criminalidade, foi um dos primeiros Estados a aderir formalmente ao Plano Nacional de Segurança. Ainda assim, os poucos avanços registrados recentemente no combate à violência em âmbito estadual ocorreram mais por mérito de esforços locais do que da União.
Lançada às pressas, depois de sucessivas insurreições em presídios registradas no início do ano, a iniciativa do governo federal ainda está longe de oferecer respostas consistentes no combate ao crime organizado. O plano reedita medidas já anunciadas por governos anteriores. Além disso, alternativas emergenciais, como o uso da Força Nacional de Segurança, devem ser consideradas apenas paliativos. E são insuficientes para que o governo federal alegue estar fazendo sua parte, respaldando ações do governo estadual.
O contingenciamento de verbas federais, imposto pela crise, ajuda a explicar o reduzido ritmo das ações, mas os gaúchos não têm como se conformar com essa realidade. O plano nacional não pode ficar na dependência de novas ocorrências criminais de impacto para voltar a andar no ritmo necessário.