* Licenciando em filosofia e servidor público de Novo Hamburgo
Em tempos difíceis e conturbados como os vividos atualmente, é preciso, e mais do que nunca, sabermos dosar o pessimismo e o otimismo para não naufragarmos no mar da desesperança.
Contudo, à medida que nos chegam notícias dos últimos acontecimentos da nossa "política", os desdobramentos negativos de tais fatos nos deixam perplexos, inseguros e pessimistas para com o futuro. Exigindo de nós, enquanto cidadãos atuantes, uma visão equilibrada das consequências.
Torna-se difícil relacionarmos o conceito original de política com o que se vê atualmente. Enquanto o conceito original significa algo como conduzir o Estado ao bem comum, a forma atual de se referir ao termo apresenta o oposto. Pois não há um projeto de governo em longo prazo, mas sim projetos despreocupados com um plano de nação.
As consequências dessa diferença de propósitos se apresentam por meio da corrupção. Os efeitos de tais acontecimentos são vistos na vida cotidiana, e postergam o dever do Estado em resolver e solucionar problemas que se arrastam há tempos.
Enquanto isso, ficamos desassistidos daquilo que deveríamos receber em troca da arrecadação dos impostos. Perante isso, o pessimismo para com o futuro se apresenta e nos lembra a cada momento em que somos privados dos direitos básicos, e que são deveres e obrigações do Estado.
Ainda assim, é preciso e possível ver com um olhar otimista as mudanças. Mesmo que usando as redes sociais ou nos divertindo com os memes, estamos nos inteirando muito mais do assunto do que em outros tempos, pois a linguagem e a forma de se comunicar se atualiza, assim como o modo de envolvimento das pessoas com o assunto.
Talvez o futuro fale mais claramente sobre os tempos atuais. De qualquer modo, é preciso enxergar o bom no ruim, pois se somos apresentados a todos estes fatos sobre a corrupção na política atualmente, é porque enxergamos no horizonte a mudança.
Enquanto a realidade é presente e pode ser desanimadora, a esperança é futura, assim como o otimismo de dias melhores. E, para não anestesiarmos a nossa capacidade de acreditar, seguimos em frente.