* Autor e consultor em marketing e propaganda
Contrariando o que vem sendo falado nos últimos anos, a tecnologia não afetou a dominância da TV entre os meios de comunicação, mas aumentou seu consumo e sua relevância em todo o mundo.
No Brasil, essa dominância da TV é ainda mais elevada, praticamente o dobro do padrão mundial, pois os movimentos de expansão tecnológica desse meio vêm se dando de forma mais ampla e inteligente, pois ela vem oferecendo alternativas de amplo consumo, como a presença do sinal digital nos celulares e os serviços de play, facilmente acessíveis pela população.
O grande responsável pela miopia que se abateu sobre o setor de publicidade e os meios de comunicação foi o erro de mensurar as mudanças adotando seus padrões de consumo particulares como base para entender o que estaria acontecendo no conjunto.
Pesquisas feitas inicialmente no Reino Unido e, depois, nos Estados Unidos indicaram de forma clara que a percepção não batia com a realidade e que em nenhum mercado ou segmento relevante a TV havia perdido sua liderança histórica de audiência e que, de modo ainda mais consistente, mantinha seu domínio por imensa margem no campo do consumo de publicidade em vídeo, no qual a internet ainda tem participação marginal.
A Nielsen já vinha fazendo a mensuração do consumo geral dos meios no mercado norte-americano, indicando a forte resiliência da TV apesar do crescimento do vídeo on demand (VOD), da presença de devices de gravação (DVR) e de games acoplados à TV, além do crescimento da Smart TV conectada à internet e dos serviços de streaming.
Os números revelados indicavam a contínua liderança da TV tradicional, mesmo nos segmentos mais jovens. Mas agora surge a revelação de que a TV não apenas vem mantendo, mas está expandido seu alcance. O que se dá justamente pela ampliação de seu consumo ao longo do tempo.
Este é mais um indício sólido de que a tecnologia está mesmo alterando o panorama da TV em todo o mundo, em ritmos diferentes, mas seguindo na mesma direção de incremento do seu consumo e da sua relevância para os consumidores e os anunciantes.